OAB denuncia Bolsonaro à ONU pela recomendação de comemorar o golpe de 64

A Ordem enviou uma petição à Organização juntamente com o Instituto Vladmir Herzog

Postado em: 29-03-2019 às 16h35
Por: Isabela Maria Moraes Serra
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A Ordem enviou uma petição à Organização juntamente com o Instituto Vladmir Herzog

Da Redação

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) publicou na tarde desta sexta-feira (29) em sua conta oficial no twitter, que, juntamente ao Instituto Vladmir Herzog, apresentou à Organização das Nações Unidas (ONU) uma petição relatando o pedido do governo brasileiro em comemorar o dia que a Ditadura Militar se instaurou no país em 1964 “#DitaduraNuncaMais A OAB confirma que, em conjunto com o Instituto Vladmir Herzog, apresentou à Organização das Nações Unidas petição em que relata a orientação do governo brasileiro para que se promovesse COMEMORAÇÃO do golpe que instalou a ditadura em 1964.”

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A Ordem completa, ainda, pedindo um posicionamento da ONU “A OAB pede que a organização se manifeste. Segundo os critérios da ONU, o processo tramita em segredo de Justiça até que o relator decida de outra forma.” Na mesma sequência de tuíte a instituição ressalta que “negar a história, as atrocidades cometidas no passado, é considerado crime em muitos países, como acontece com o negacionismo do Holocausto.” 

Em outro texto na rede social cita o aumento do desemprego e a importância de focar neste problema “A Ordem reitera que, em um cenário de crise econômica, com mais de 13 milhões de desempregados, é preciso olhar para a frente e tratar do que importa: o futuro do povo brasileiro.” Citou também as torturas que aconteceram na época do regime militar “Não podemos dividir ainda mais uma nação já fraturada: a quem pode interessar celebrar um regime que mutilou pessoas, desapareceu com seus inimigos, separou famílias, torturou tantos brasileiros e brasileiras, inclusive mulheres grávidas?” e para finalizar, a Ordem falou sobre o futuro “Não podemos permitir que os ódios do passado envenenem o presente, destruindo o futuro.”

A homenagem

Na última segunda-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro determinou que as Forças Armadas comemorassem, no próximo dia 31 de março, os 55 anos do golpe militar. A informação foi confirmada ainda na segunda pelo porta-voz do governo, Otávio do Rêgo Barros. Um manifesto com a assinatura de cerca de 100 intelectuais foi lançado e estes também entraram com um mandado de segurança no STF para impedir a comemoração. Após a repercussão negativa, o presidente voltou atrás e alegou que a intenção era “relembrar o momento histórico e não comemorar”. A decisão do Supremo deve sair nesta sexta-feira. 

 

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