Combate à evasão de impostos: Sonegadores devem pagar R$ 130 mi

Prefeitura vem fechando o cerco e o combate à evasão de impostos municipais e de promoção de justiça fiscal ocorre desde setembro de 2017

Postado em: 12-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prefeitura vem fechando o cerco e o combate à evasão de impostos municipais e de promoção de justiça fiscal ocorre desde setembro de 2017

Venceslau Pimentel* 

A prefeitura de Goiânia projeta arrecadar ao menos R$ 130 milhões, a partir de medidas que passarão a ser tomadas pelo programa Fisco em Ação, que abrange nove novas atividades econômicas do município.

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Parecer do setor de inteligência fiscal da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) apontam para indícios de sonegação que chegam a 100% dos serviços prestados a pessoas físicas e que ultrapassam 50% quanto à não emissão de nota fiscal para pessoas jurídicas.

O combate à evasão de impostos municipais e de promoção de justiça fiscal vem desde setembro de 2017.

De acordo com a Sefin, quatros segmentos fiscalizados em 2018, quanto à regularidade no pagamento do Imposto Sobre Serviços (ISS) – escolas, hotéis, academias e locações – geraram um incremento direto de R$ 21.297 milhões no lançamento e de R$ 18,296 milhões nos valores que efetivamente já entraram no Tesouro Municipal. 

No ano passado, foram realizadas 1.051 fiscalizações, que injetaram nos cofres públicos do município mais de R$ 90 milhões antes sonegados. Com esses ramos, que seguem sob análise também em 2019, os 80 auditores de tributo do município ao todo trabalham no combate à evasão tributária em 14 diferentes áreas de atuação e prospectam um acréscimo de pelo menos 15% na recuperação de valores até então evadidos. 

De acordo com o titular da pasta, Alessandro Melo, a Secretaria está investindo na modernização da administração tributária, na desburocratização, em desonerações, está disposta até mesmo a discutir alíquotas e quer muito incentivar o setor produtivo da capital.

Mas ele faz um alerta: “Não haverá tolerância em relação à sonegação. O que é devido à cidade precisa ser pago. É questão de justiça fiscal. Não é equânime que uns paguem tributos e outros não. Todos precisam contribuir para a construção da Goiânia que queremos”.

Ele informou ontem que a Prefeitura encaminhou à Câmara Municipal, em setembro do ano passado, projeto de modernização do Código Tributário Municipal (CTM) que, entre outros benefícios e avanços, reduz o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para quase 83,80% dos imóveis de Goiânia, inclusive os utilizados para atividades comerciais. 

Identificação

O setor de Inteligência Fiscal da Sefin, de acordo com a assessoria da pasta, identificou, por exemplo, que em mais de 120 empresas de um dos setores em averiguação a sonegação de ISS por serviços prestados a pessoas físicas chega a 90%. E que em aproximadamente 300 delas não ocorre emissão de nota fiscal para mais de 50% das pessoas jurídicas atendidas no local. A estimativa é que só essa atividade econômica gerou perdas tributárias na ordem de R$ 48,6 milhões nos últimos cinco anos. Nesse período, empresas desse ramo pagaram R$ 97 milhões em ISS. No entanto, deveriam ter pago R$ 145,6 milhões. O levantamento do setor de inteligência apontou que a taxa de sonegação é ainda mais alta, em relação ISS, de quase 100%. (* Especial para O Hoje)

 

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