Trump diz ir à Justiça em caso de impeachment

O presidente acusou os democratas, a ex-candidata presidencial Hillary Clinton e os "policiais sujos” de serem culpados de atividade criminosa

Postado em: 25-04-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O presidente acusou os democratas, a ex-candidata presidencial Hillary Clinton e os "policiais sujos” de serem culpados de atividade criminosa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu ontem (24) que levaria à Suprema Corte o processo de impeachment que pode ser aberto no Congresso após a publicação parcial do relatório sobre a investigação do chamado caso Rússia, que apurava se houve conluio entre a campanha republicana e o Kremlin para influenciar as eleições de 2016.

“Se os democratas partidários alguma vez tentarem abrir um processo de impeachment contra mim, primeiro me dirigiria à Suprema Corte. Não só não existem ‘crimes graves ou crimes menores’, mas não existem crimes da minha parte”, disse Trump no Twitter.

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No tweet, o presidente acusou os democratas, a ex-candidata presidencial Hillary Clinton e os “policiais sujos”, não identificados por ele, de serem culpados de atividade criminosa.

Além disso, Trump voltou a reiterar que a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre os vínculos entre o comitê de campanha do Partido Republicano e a Rússia não encontrou provas contra ele, apesar de ter sido realizada por “democratas furiosos”.

Os democratas estão indecisos entre iniciar ou não um processo de impeachment contra Trump, após a divulgação na semana passada de uma versão censurada do relatório da investigação sobre o caso Rússia, que suscita dúvidas sobre a possibilidade de o presidente ter cometido crime de obstrução de justiça.

Membros de destaque do Partido Democrata, como os chefes de duas comissões da Câmara dos Representantes do Congresso, Adam Schiff e Jerrold Nadler, deixaram as portas abertas para a abertura de um procedimento de impeachment contra Trump.

Outras personalidades do partido, como Elizabeth Warren, senadora e pré-candidata à presidência em 2020, e a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, já defenderam a abertura do processo.

O documento de Mueller conclui que não há “provas suficientes que possam servir de base para realizar acusações criminais” contra Trump ou pessoas que trabalharam na campanha. No entanto, traz dúvidas se o presidente cometeu crime de obstrução à Justiça.

É por esse motivo que Warren pediu que a Câmara dos Representantes abrisse o procedimento de impeachment, ao considerar que são “graves” as revelações incluídas no relatório de Mueller.

Ao dispor da maioria, os democratas poderiam iniciar o processo de impeachment na Câmara, onde a aprovação requer apenas os votos de uma maioria simples. O procedimento, no entanto, fracassaria com toda a certeza no Senado, que é controlado pelos republicanos.

No Senado, ao menos 20 dos 53 senadores republicanos deveriam votar contra Trump para atingir os dois terços que permitem a aprovação do impeachment.

A acusação de obstrução à Justiça também foi utilizada durante a tentativa de impeachment contra o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001). A mesma estratégia levou à renúncia de Richard Nixon (1969-1974), que deixou a Casa Branca diante da certeza de que teria que passar por um julgamento político no Congresso. 

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