Doria defende renovação no PSDB

Governador de São Paulo ressaltou o protagonismo dos jovens tucanos na condução do partido

Postado em: 06-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Governador de São Paulo ressaltou o protagonismo dos jovens tucanos na condução do partido

O governador de São Paulo, João Doria, pregou a renovação de seu partido, o PSDB, durante convenção que elegeu, neste domingo (5), o novo presidente da legenda no estado. Marco Vinholi, de 34 anos, vai comandar a Executiva estadual pelos próximos dois anos. Em sua fala, Doria destacou o ingresso dos jovens na política. 

“O PSDB mais do que nunca, a partir de agora, deverá ser o partido da juventude, dos jovens, das novas ideias, daqueles que sabem respeitar os cabelos brancos. Esses mesmos cabelos brancos que vão abraçar os jovens e estimulá-los”, discursou o governador Doria.

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Ao discursar, João Doria exaltou os jovens tucanos que assumem protagonismo na condução do partido —todos aliados do governador, que expande seu domínio sobre o PSDB. Além de Vinholi, ex-deputado e secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Fernando Alfredo assumiu o PSDB municipal, Cauê Macris se reelegeu presidente da Assembleia Legislativa, e Bruno Araújo (PE), presente na convenção, já foi saudado por todos como novo presidente nacional do PSDB. A eleição para o cargo será no fim deste mês. 

Em entrevista à imprensa, Doria afirmou que a pesquisa que encomendou sobre o partido, a ser entregue em junho, é que vai dizer se a mudança de nome é necessária. “Ninguém é obrigado a concordar com tudo, quem vai emitir a opinião é a pesquisa.”

Aos jornalistas, ele defendeu um “partido mais digital e menos analógico, mais sintonizado com a realidade e não apenas com o seu passado”. “Respeitar o passado, mas não ficar preso a ele”, completou.

Em contraposição, o ex-governador Geraldo Alckmin, que é o atual presidente do PSDB, fez um discurso voltado às origens do partido, relembrando sua fundação e citando o também ex-governador de São Paulo, Mário Covas. “Nós devemos hoje voltar à nossa história, aos nossos princípios, aos nossos valores, à origem que fez o PSDB existir. Por que criaríamos mais um partido? já tem tantos. Para manter o establishment? Para defender gente rica?”, questionou Alckmin. 

Criticando explicitamente a ideia de que o PSDB mude de nome, algo aventado por Doria, Geraldo Alckmin falou em “modismos”. “Hoje nós vivemos modismos. Está em moda mudar de nome, como se mudar de nome tornasse um partido melhor ou pior. É acessório. Nós temos é que fortalecer aquilo que fez a origem do PSDB, que é a social-democracia”, defendeu. 

Os líderes tucanos também pregaram uma reconexão com a sua militância, após a derrota de Alckmin na eleição presidencial com menos de 5% dos votos —a pior marca do partido. “Todos os partidos estão enfraquecidos, inclusive o nosso. É momento de nós refletirmos se estamos no rumo certo. As eleições são circunstanciais; a história, os valores e os princípios são permanentes”, disse Alckmin. 

O ex-governador bateu na tecla das políticas sociais e de um Estado que proteja os mais pobres. “Partido precisa ter menos palácio e mais rua, estar mais perto do povo”, disse, destoando dos jovens líderes, inclusive Doria, que deram mais peso ao livre mercado e à desestatização —mas sem descartar a social-democracia.

Alckmin e o senador José Serra, também do quadro histórico do partido, defenderam o parlamentarismo numa convenção em que a militância saudou Doria como o próximo presidente do Brasil. O governador paulista, por sua vez, condenou o populismo. 

“Para os extremos, seja o da esquerda, seja o da direita, nós não queremos populismos em nenhuma das pontas. A nossa posição de centro é a posição liberal, do trabalho que engrandece”, disse Doria. 

Alckmin foi mais direto ao criticar o governo de Jair Bolsonaro (PSL). “A gente vê um clima de ódio, é o PT ao inverso, o nós contra eles, a intolerância”, disse. O ex-governador também defendeu o estatuto do desarmamento e foi aplaudido: “Quem mata bandido mata também gente que é inocente”.  

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