Iris é estimulado à reeleição

Prefeito é tido como candidato natural do partido, depois de ter bons resultados para apresentar

Postado em: 03-06-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prefeito é tido como candidato natural do partido, depois de ter bons resultados para apresentar

Venceslau Pimentel

Especial para O Hoje

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As peças do xadrez da sucessão, em Goiânia, começam a se movimentar, mesmo a um ano e quatro meses das eleições municipais de 2020. Detentor do comando da capital, o MDB do prefeito Iris Rezende leva, naturalmente, vantagem no processo, diante do bom desempenho da atual gestão, depois de passar por uma severa crise fiscal, que perdurou durante os primeiros meses da administração.

Ajustadas as contas, com o registro de superávit primário, deixando para traz, por exemplo, um déficit mensal na casa dos R$ 30 milhões, a prefeitura passa a ser uma vitrine para o candidato emedebista. Bem avaliado pela população, depois do desgaste por conta da situação fiscal da prefeitura, Iris é tido como candidato natural do partido à reeleição. 

Aliados têm comentado que ele ainda tem fôlego para disputar mais um mandato, aos 85 anos de idade, mais de 60 dedicados à vida pública. Mais que isso, Iris vem sendo estimulado a se colocar como pré-candidato, como forma de tentar garantir a hegemonia no MDB na capital. A legenda chegou ao poder nas eleições de 2004, quando Iris tirou do páreo o petista Pedro Wilson. Se reelegeu em 2008, tendo como vice Paulo Garcia (PT).

Iris renunciou ao mandato em março de 2010, para disputar o governo do Estado. Derrotado pelo tucano Marconi Perillo, apoiou Garcia no pleito de 2012, com quem rompeu dois anos depois. Novamente candidato, na capital, foi eleito no segundo turno, no confronto com o hoje senador Vanderlan Cardoso (PP).

Quando indagado sobre disputar a reeleição, o prefeito tem dito que seu foco é a administração da capital, com seus desafios, destacando como a principal meta a melhoria da qualidade de vida da população. Mas não será surpresa se mais uma vez Iris aceitar o clamor dos emedebistas para mais uma disputa, levando em consideração não apenas ao forte apelo popular, como também a vitalidade que apresenta a olhos vistos.

Em 2004, o nome de Iris Rezende surgiu naturalmente nas primeiras pesquisas de intenção de voto, 35 anos depois de ter o mandato de prefeito cassado pela ditadura militar, em 1969. A reeleição, em 2008, se deu forma natural. Já em 2016, ele aceitou se candidatar sob o argumento de que não poderia deixar de atender à convocação da militância do partido. O mesmo pode se repetir em 2020.

Mas se Iris decidir pôr fim à sua carreira política, certamente atuará como conselheiro e estará à frente do processo de discussão sobre o nome do partido para a sua sucessão. O desafio é encontrar um candidato que tenha não apenas uma base sólida na capita, mas que também tenha capacidade de aglutinar internamente e ainda buscar aliados. É preciso lembrar que as coligações proporcionais estão proibidas. As chapas para candidatos a vereador são exclusivas. No entanto, o MDB, por exemplo, pode lançar chapa majoritária tendo como vice um candidato de outro partido.

Com bom desempenho nas eleições de 2018, quando ficou na segunda colocação na disputa ao governo do estado, conquistando 479 mil votos, o ex-deputado federal Daniel Vilela é considerado um dos nomes mais bem cotados para a sucessão de Iris Rezende. No entanto, ele leva consigo o desgaste político registrado durante a campanha do ano passado, quando se viu diante de um grupo de prefeitos dissidentes que passaram a apoiar o democrata Ronaldo Caiado.

A segunda opção seria o ex-governador Maguito Vilela, pai de Daniel, que administrou a cidade de Aparecida de Goiânia por dois mandatos consecutivos (2008/2016) e bem avaliados pela população. Corre por fora o deputado estadual Bruno Peixoto (MDB), mas que pode ser beneficiado no processo de escolha do candidato por ser líder de Caiado na Assembleia Legislativa.

É cada vez mais forte, nos bastidores, uma eventual aliança do MDB de Iris com o DEM de Caiado, com vistas à sucessão em Goiânia. Iris se aproximou de Caiado nas eleições de 2014, quando o democrata integrou a chapa majoritária, concorrendo a uma cadeira no Senado. Em 2016, o atual governador retribuiu o apoio e a vitória como senador, apoiando o emedebista. Os dois continuam cada vez mais próximos, politicamente, o que pode contribuir para uma provável chapa entre as duas siglas.

O DEM pode sugerir, por exemplo, o nome do secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Wilder Morais. O ex-senador não esconde a vontade que tem de disputar a prefeitura de Goiânia. Pode ser que tenha chegado a sua vez. Agora é esperar a lista dos pré-candidatos à sucessão de Iris Rezende.  

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