Prefeitos articulam manter Eixo Anhanguera

A estatal Metrobus anunciou que deixaria de atender os municípios de Trindade, Senador Canedo e Goianira. Prefeitos são contra a medida e Ministério Público vai apurar

Postado em: 25-06-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A estatal Metrobus anunciou que deixaria de atender os municípios de Trindade, Senador Canedo e Goianira. Prefeitos são contra a medida e Ministério Público vai apurar

Raphael Bezerra

Especial para O Hoje

Os prefeitos dos municípios de Senador Canedo, Trindade e Goianira, Divino Lemes (PSD), Jânio Darrot (PSDB) e Carlão da Fox (PSDB), se reuniram com o Ministério público para discutir medidas para impedir que a empresa deixe de prestar os serviços nos municípios.

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Na última semana, as empresas responsáveis pelo Eixo Anhanguera transferiram a responsabilidade da extensão do transporte para os três municípios para o Estado de Goiás. Para a Rápido Araguaia, Viação Reunidas e Cootego, não cabe a elas a definição, pois a prolongação foi estabelecida no governo anterior, de Marconi Perillo (PSDB).

A Metrobus, estatal que controla o Eixo anunciou a redução no itinerário do transporte. A justificativa dada pela empresa foi o aumento das despesas. Desde que o Eixo Anhanguera começou a atender os três municípios, em 2014, a linha, que era de 13,8 km, passou para mais de 70 km. Segundo a Metrobus, isso elevou “as despesas, especialmente com pessoal, combustível, peças e pneus”.

Para o prefeito de Trindade e presidente da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) o fim da extensão do Eixo Anhanguera é um erro e a tese anunciada pela Metrobus é absurda. 

“Não creio que o governador Ronaldo Caiado concorde com a tese absurda do presidente da Metrobus, Paulo César Reis, segundo a qual parte do déficit da empresa é culpa das extensões do Eixo Anhanguera”, declara.

“Como prefeito de Trindade, um dos municípios mais prejudicados com a decisão da Metrobus, e como presidente da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), sugiro que seja feito um estudo técnico-financeiro pela Metrobus que aponte alternativas que não prejudiquem os usuários”, afirma Jânio Darrot, em nota.

“Reitero a sugestão de um modelo de tributo adotado nas maiores cidades do mundo, onde os motoristas dos chamados transportes individuais pagam tributos que viabilizam subsídio para os transportes coletivos”, pontua.

O prefeito de Senador Canedo, Divino Lemes afirma que o fim da extensão do eixo-anhanguera não pode ser feita de maneira irresponsável. “Se o Estado quer resolver a questão econômica ele precisa tomar algumas medidas. Acho correto que o governo assuma suas responsabilidades e vejo isso com naturalidade”, disse.

Ele afirma ainda que está buscando o contato com o governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado (Democratas) para apresentar medidas que não desabonem o usuário do transporte coletivo da Região Metropolitana. “Nós, como políticos, temos responsabilidades conjuntas. Evidentemente essa medida irá gerar impacto para as pessoas da nossa região, então precisamos tratar tudo isso com responsabilidade”.

De acordo com Jânio, serão buscados todos os meios para impedir que o fim da extensão aconteça. “São 800 mil passageiros de Trindade, Senador Canedo e Goianira, a cada 30 dias. Eles podem perder emprego, ter mais dificuldade para chegar ao local de trabalho”, se preocupou o prefeito.

Darrot também exemplificou que muitos cidadãos se mudaram para Trindade pelo transporte integrado e que, essa alteração, fará com estas se sintam ludibriadas. “Sou a favor da privatização do eixo e que a empresa mantenha o alongamento às três cidades”.

CMTC vai avaliar saída

De acordo com a CMTC o Eixo Anhanguera foi estendido com base em um acordo operacional e a Metrobus se manifestou pedindo para que seja descontinuada a operação. “Por ser um acordo firmado entre as empresas e as concessionárias, a CMTC diz que elas têm que apresentar um projeto para desfazer esse acordo operacional para que possa ser analisado”, explica o chefe da assessoria jurídica da instituição Vladimir Vieira de Coimbra

“Nesse caso específico as concessionárias apresentaram um acordo operacional para estender o Eixo Anhanguera e depois de avaliar que a CMTC deu anuência para que fosse feito. Agora, para que seja desfeito as concessionárias tem que apresentar uma ação conjunta dizendo que elas não querem esse acordo operacional e a partir do momento que elas se manifestarem com relação a isso aí a CMTC a partir desse projeto vai poder dizer a possibilidade ou não disso acontecer”, conclui.

 

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