Embate entre gestões tem sido cravado no Plenário da Alego

Oposição e situação têm debatido legados de gestão marconista e as dívidas têm sido o ponto defendido pelo governo

Postado em: 22-07-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Oposição e situação têm debatido legados de gestão marconista e as dívidas têm sido o ponto defendido pelo governo

Dayrel Godinho

Especial para O Hoje

Apesar do silêncio dos ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton, ambos do PSDB, desde quando perderam as eleições em outubro do ano passado para o governador Ronaldo Caiado (Democratas), agora na oposição, os tucanos e ex-governistas sempre que podem, abrem fogo contra a situação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Uns defendem o atual governador, outros defendem os anteriores.

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Como principal pauta de embate, a aprovação da adesão do Estado de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) no início deste mês foi a mais criticada pelos tucanos e a que mais provocou discussão na Casa, assim como o Projeto de Emenda à Constituição do Estado de Goiás (PEC) que permite a reeleição do presidente da Casa. 

Os tucanos, em defesa das gestões passadas, argumentam que a adesão é “desnecessária”, porque o Estado não está em uma situação tão terrível para tal. Parciais, por antes serem de situação, os tucanos defendem a gestão de Marconi Perillo e de José Eliton, pois vêem que o Estado não está em situação tão terrível, como o governador e seus secretários têm dito, inclusive, em defesa da RRF, como “fatura que deixaram para o povo goiano pagar”. 

A frase foi dita pelo governador, que em seus balanços sempre critica as gestões passadas e, inclusive, culpa os déficits deixados pela Administração tucana, citando Saneago e Ipasgo. O governador ainda credita a adesão ao RRF a uma “má administração” passada, que fez com que o Estado chegasse a esta necessidade.

Entre os deputados que votaram contra a adesão ao projeto, os tucanos sempre destacaram que o Estado não estaria em uma situação financeira para chegar a este ponto. Na ocasião o deputado Hélio de Sousa (PSDB) afirmou que assinou o requerimento juntamente com um número significativo de deputados. Ele afirmou que entende que essa matéria não precisa ser aprovada para que o Estado entre em Regime de Recuperação Fiscal. “Essa matéria é inócua”, criticou o deputado. 

O projeto foi aprovado após extrema discussão entre os deputados da Casa, inclusive, com pedido para retirar projeto da pauta, os deputados deram o aval para que o governo de Goiás entrasse no Regime. Durante a segunda votação do projeto os tucanos, encabeçados pelo tentaram tirar o projeto de pauta, sob a argumentação de que não haveria a necessidade desta aprovação.  No entanto o requerimento foi rejeitado pelo mesmo placara da aprovação do projeto: 22 a 11. 

Os governistas, por sua vez, defenderam a adesão ao regime e fizeram duras críticas às gestões tucanas. Entre os mais críticos estava o deputado Humberto Teófilo (PSL) que defendeu a aprovação do Regime. 

As lideranças da situação argumentaram que a aprovação da matéria seria imprescindível para que o governo Estadual pudesse ter acesso a novos empréstimos por parte dos bancos federais. O líder do governo na Casa, Bruno Peixoto (MDB), inclusive, defendeu que esses créditos a serem conseguidos seriam fundamentais principalmente para a quitação de débitos em atraso no orçamento do Estado.

Seis meses

Em contraposição ao RRF, o líder da oposição, Talles Barreto (PSDB), que é um dos principais defensores de Perillo, inclusive argumentou que o estado do Rio Grande do Sul está em uma situação pior do que a do Estado de Goiás, e ainda assim não entrou no Regime de Recuperação. 

O tucano ainda entende que o Governo não teria um real interesse em entrar no Regime, porque o estado “não está apto para isso”. “Ele [Caiado] não quer pagar os bancos federais durante seis meses, e vai economizar”, supôs o deputado, que acredita que o Goiás deve permanecer no Regime somente neste período. “O Estado não está em uma situação econômica grave. [Aderindo] É transferir a competência para a União”, concluiu.

 

Líder da Oposição defende gestões passadas 

Em meio às várias críticas que têm sido feitas pelo governador de Goiás, pela secretária de Estado da Fazenda, Cristiane Schmidt, entre outras lideranças da atual gestão o líder da oposição na Alego, Talles Barreto, avalia que o partido teve acertos e erros, no entanto avalia que os acertos foram maiores, por isso seria injusto tantas críticas creditadas aos tucanos.

Talles acredita que o Estado deveria ser mais propositivo, e esquecer gestões passadas. “Eles não têm nada de programado, nada específico, coordenado, planejado e evoluído”, avaliou. O tucano ainda lembrou os primeiros anos de governo de Marconi, em 1999. “Maguito [Vilela governador anterior] tinha a cesta básica, que virou o cartão cidadão”, avaliou o tucano, ao mencionar que uma gestão deveria melhorar as coisas certas das gestões anteriores. 

O deputado ainda citou que o atual governo, conta, inclusive, com o apoio do ex-governador, Alcides Rodrigues (Patriotas), que era vice de Marconi Perillo e foi eleito ainda na base, porém rompeu com Perillo. O deputado vê que mesmo sendo uma dos “gestores passados”, pois acredita que Alcides, que foi eleito na base de Ronaldo Caiado, n é uma gestão anterior, e avaliou que ele não é criticado pela atual gestão. 

Questionado sobre as críticas às gestões passadas, o Partido emitiu uma nota defendendo que as críticas generalizadas não são justas e que a premissa de que as gestões tucanas tratou o dinheiro público “com desrespeito” não estão corretas. O partido também ressaltou que Goiás, durante os governos de Marconi Perillo, foi considerado o Estado com melhor performance na aplicação da Lei de Acesso à Informação (LAI), ocasiões em que a Controladoria Geral do Estado recebeu homenagens pelo controle rígido que imprimiu na difusão das informações de todas as secretarias e autarquias do Estado.

 

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