Fake news preocupam especialistas

Especialista diz que não há “solução mágica” para combater fake news. Foto: Agência Brasil

Postado em: 25-07-2019 às 11h30
Por: Aline Carleto
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Especialista diz que não há “solução mágica” para combater fake news. Foto: Agência Brasil

Da Redação

A propagação de notícias falsas na Internet nas disputas municipais de 2020 preocupam especialistas no assunto. O tema foi objeto de debate no seminário “Internet, Desinformação e Democracia”, realizado  ontem (24) em São Paulo e promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil ( CGI.br). Na avaliação da professora e diretora do grupo de especialistas em desinformação da Comissão Europeia – órgão executivo da União Europeia, Madeleine de Cock Buning, não há apenas uma solução que dê conta do problema.

Para a professora, o uso do termo “desinformação” é mais preciso do que fake news, nome apropriado por alguns políticos e seus apoiadores para desvalorizar notícias que os desagradam. “Nosso trabalho é definir o escopo do problema e formular recomendações”, afirmou. Para Madeleine, a disseminação de notícias falsas está vinculada à desconfiança no conjunto das instituições, gerando um desinteresse no que elas apresentam como verdade. “Em muitos casos, pessoas preferem acreditar naquilo que confirma suas opiniões, evitando posições críticas.”

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Código de práticas

O grupo elaborou um código de práticas para plataformas digitais como Facebook, Google, Twitter e Amazon, baseado em uma série de princípios que definem atitudes que as companhias devem adotar. Algumas das práticas indicadas são as seguintes:

– garantir transparência e formas de fiscalização pública sobre seu funcionamento e maneira como gerem o conteúdo de seus usuários;

– distinguir claramente o conteúdo, patrocinado e não pago, publicado pelos usuários.

– melhorar a visibilidade de notícias precisas e confiáveis e facilitar o acesso dos usuários a essas reportagens;

– colocar, junto a notícias de grande visibilidade na plataforma, sugestões de conteúdos relacionados que permitam outras perspectivas sobre um determinado fato;

– prover ferramentas amigáveis para permitir aos usuários estabelecer links com checadores de fatos de modo a conferir se há questionamento sobre as publicações que recebe;

– nas políticas de identificação de notícias apontadas como falsas (flagging, no termo em inglês), implantar salvaguardas para evitar abusos por usuários;

– fornecer dados relevantes sobre a operação de seus serviços para pesquisadores independentes;

* Com informações da Agência Brasil

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