General defende uso da maconha

Sob risco de perder a fala, Eduardo Villas Boas, contradiz ideologia do governo e defende o uso medicinal da planta. Foto: reprodução.

Postado em: 05-08-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Sob risco de perder a fala, Eduardo Villas Boas, contradiz ideologia do governo e defende o uso medicinal da planta. Foto: reprodução.

Raphael Bezerra

O general Eduardo Villas Boas, ex-comandante do Exército e atual assessor do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) do Palácio do Planalto defendeu o uso medicinal da cannabis (maconha). Villas Bôas é portador de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) –doença neuromotora degenerativa. O general vê como uma “hipocrisia social” a dificuldade para obter o medicamento no Brasil.

As declarações foram feitas em entrevista ao jornal SBT Brasil, do SBT, veiculada na noite de sábado (3.ago.2019). Villas Bôas foi diagnosticado com a doença em dezembro de 2016 e, com perda dos movimentos de forma acelerada, está sob o risco de perder a fala. O general corre o risco de perder a fala devido a sua doença. Em meio a outras alternativas, o militar contou que foi apresentado ao canabidiol – um dos 113 compostos encontrados na maconha. Apesar de afirmar não usá-lo, mencionou as dificuldades de quem precisa no acesso ao tratamento.

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“Eu não entendo por que ao mesmo tempo que tem gente lutando aí, defendendo a legalização da maconha, está tão difícil se obter esses medicamentos para efeito medicinal. Eu acho, de certa forma, até uma hipocrisia social e vejo a luta de algumas pessoas que dependem disso para minimizar sintomas de efeitos de algumas doenças que têm dificuldade”, disse o general, que ainda não precisa tomar o medicamento.

O uso da cannabis para produção dos medicamentos nos Brasil é criticado pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra. Em 23 de julho, o ministro disse que pode encerrar as atividades da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) caso o órgão aprove regras sobre cultivo de Cannabis no Brasil para o fim. Para ele, o ato é um “começo para a legalização” da droga.

De modo a enfrentar as limitações, o general pratica outras formas de se comunicar através de novas tecnologias, como aparelhos hand-free –que permite mover e clicar o mouse com a boca. Também se adaptou a outros dois aparelhos, que utilizam os movimentos da boca e dos olhos para receber comandos.

A superação de obstáculos da doença neuromotora fizeram com que o general Villas Boas decidisse abrir um instituto com ajuda da filha para divulgar, promover e auxiliar pessoas com doenças degenerativas a terem acesso à novas tecnologias.

Villas Boas deixou o comando do Exército no começo deste ano e passou o bastão para o general Leal Pujol.  Respeitado por militares, pela sociedade civil e classe jurídica, o general falou sobre as consequências da depressão, doença que o assola desde 2001. Disse que, hoje, está muito bem e que a ELA o ajuda a superá-la.

 

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