Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Novo embaixador do turismo de Bolsonaro acumula infrações ambientais

Richard Rasmussen, famoso na TV, é suspeito de traficar animais para criadouro no interior de SP. Foto: Divulgação.

Postado em: 05-08-2019 às 10h05
Por: Redação
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Richard Rasmussen, famoso na TV, é suspeito de traficar animais para criadouro no interior de SP. Foto: Divulgação.

Jorge Borges

Famoso por suas aventuras na selva e interação com animais exóticos, o apresentador de televisão, Richard Rasmussen foi autuado pelo Ibama em dez infrações sobre fauna. Na última sexta-feira (2), ele foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais, como novo embaixador do turismo no Brasil, com ênfase para o ecoturismo. 

Em informações divulgadas na matéria da Folha de S. Paulo na manhã desta segunda-feira (5), o total de multas aplicadas ao apresentador entre 2002 e 2009, é de R$263,1 mil reais e correm em processos separados na Justiça. A maior multa recebida por Rasmussen foi de R$ 144 mil e data de 2004. O motivo alegado no processo seria dar destinação ou permutar espécime silvestre sem autorização do órgão responsável.

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Grande parte das autuações ocorreram no interior de São Paulo, na cidade de Carapicuiba, onde o famoso mantinha um criadouro sem comprovação de origem dos animais e com suspeitas de tráfico. O espaço foi fechado pelo Ibama em 2005. 

Em apelação ao Ministério Público Federal, o Ibama relata por meio de uma lista os seguintes danos causados à fauna identificados após uma vistoria realizada em 2004: “elevado número de morte de animais devido às más condições do criadouro; maus tratos, diante das condições de insalubridade, fugas, mortes por predadores, falta de cuidados veterinários e devida alimentação; nas recorrentes fugas de animais já acostumados à vida em cativeiro, sem o acompanhamento de sua vida de reinserção na natureza; nos indícios de ainda maior número de mortes, fugas ou venda a pessoa sem condições de receber animais, diante da ausência de documentos de destino dos animais desaparecidos; na recepção de animnais apanhados na natureza, por não haver documento comprobatório de origem lícita; nos danos causados aos ecossistemas nacionais pela introdução de espécimes exóticas”.

Em 2008, durante uma conversa com internautas promovida pelo site UOL, O apresentador admitiu que os funcionários de seu criadouro não mantinham registros de doações dos animais que recebiam ou mesmo dos animais que morriam no local, que segundo Rasmussen na época, ainda não contava com um veterinário. Durante o chat, ele reclamou também da falta de auxílio do governo para que os criadouros tivessem receita.

Críticas

Seu acervo de imagens é criticado por biólogos e especialistas em conservação, que veem nas imagens, indícios de perturbação e maus tratos à fauna silvestre, como a manutenção de espécies presas em cativeiro para gravação e realização de simulações de resgates – exibidas como se fossem reais. 

Os especialistas também questionam a ética na interação com os animais e a ausência de autorizações de órgãos ambientais para a intervenção na fauna silvestre.

A despeito do seu histórico com órgãos ambientais, o apresentador defende em um artigo em seu site, que a caça de animais silvestres poderia ser autorizada por licenças ambientais, sob um valor que seria “revertido em ações de conservação”.

Histórico profissional

Rasmussen só cursou biologia após receber crítcias, quando já era apresentador, por não ser especialista na área. Sua primeira formação é em economia. antes da fama, trabalhou em grandes empresas, como auditor de fraudes.

No cargo de embaixador, o biólogo terá a missão de divulgar o Brasil no exterior como destino ecoturístico, participando de eventos internacionais como palestrante. Rasmussen disponibilizou ao governo federal, todo seu acervo de imagens. (Com informações da Folha de S. Paulo) 

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