Bolsonaro aceita rever indicação de Eduardo para embaixada nos EUA

''Não quero submeter meu filho a um fracasso'', disse o presidente, ao frisar o desejo de não sofrer uma derrota. Foto: AE

Postado em: 20-08-2019 às 15h00
Por: Aline Carleto
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''Não quero submeter meu filho a um fracasso'', disse o presidente, ao frisar o desejo de não sofrer uma derrota. Foto: AE

Da Redação

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou a possibilidade de rever a decisão de indicar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada brasileira nos Estados Unidos, em Washington. Questionado na saída do Palácio da Alvorada, nesta terça-feira (20/8), se existe alguma chance de ele não confirmar o envio da mensagem ao Senado, ele não foi assertivo, e limitou-se a analisar que vê competência no filho para o cargo. Mas frisou o desejo de não sofrer uma derrota. “Eu não quero submeter meu filho a um fracasso.” 

A intenção do governo, no entanto, ainda é trabalhar o convencimento junto aos senadores a favor de Eduardo. “Estamos trabalhando, conversando”, afirmou Bolsonaro. Não será o relatório da consultoria do Senado, que analisou como nepotismo a indicação, que inibirá o Palácio do Planalto de dar prosseguimento. A análise foi um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), da oposição. No entendimento do presidente, o parecer é tendencioso. 

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A experiência como parlamentar, nos 28 anos em que foi deputado federal, leva Bolsonaro a crer que o relatório agiu com parcialidade, refutando, assim, a tese de que a indicação de Eduardo seja nepotismo. “As consultorias agem de acordo com o interesse do parlamentar. É como uma redação. ‘Façam uma matéria sobre Jesus Cristo’. Aí você pergunta: ‘contra ou a favor?’. É ou não é? É assim que vocês aprenderam na universidade. Aqui, é a mesma coisa. Tem um viés político nessa questão”, sustentou. 

O presidente sustentou que o governo se baseia na Súmula Vinculante nº 13, que, nesse caso, não entende a indicação para embaixada como nepotismo. Além de defender que a sugestão de Eduardo é juridicamente viável, ele sustentou que o posto o cargo é exercido por alguém que exerça atividades de relações públicas em prol da imagem do Brasil no exterior. “Eu já falei pra vocês, quando estive em Israel, o embaixador que estava lá foi para a Palestina, para não receber um bom dia meu. Não pode ter viés ideológico nessa questão. Embaixador é um cartão de visitas. Primeira coisa eu, para ser presidente, não tenho que entender de educação, saúde, economia? É impossível. Agora, se o Senado quiser vetar, é direito deles”, disse. 

AE

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