Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Há “muita terra para pouco índio”, afirma Bolsonaro

Na avaliação do chefe do Executivo, deve haver irregularidades nas demarcações feitas anteriormente e afirmou que “não sendo obrigado, não tem mais reserva indígena no Brasil”. Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Postado em: 30-08-2019 às 11h50
Por: Redação
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Na avaliação do chefe do Executivo, deve haver irregularidades nas demarcações feitas anteriormente e afirmou que “não sendo obrigado, não tem mais reserva indígena no Brasil”. Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Jorge Borges

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou na manhã desta sexta-feira (30) ao deixar o Palácio da Alvorada, que não vai mais demarcar terras indígenas e pretende rever delimitações feitas em governos anteriores. O chefe do Executivo disse suspeitar de irregularidades na forma como foram feitas. Na avaliação de Bolsonaro, há “muita terra para pouco índio”.

“Estamos avançando, está agora em estudo. Tem alguns índios vendendo suas reservas para estrangeiros explorá-las. É muita coisa estranha que acontece. Dá para sentir? É muita terra para pouco índio e sem lobby. Qual interesse está por trás disso?”, questionou o presidente.

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Bolsonaro afirmou que caso não seja mais obrigado, acabará com a demarcação e manutenção de reservas indígenas. “Decisão minha. Eu, não sendo obrigado, não tem mais reserva indígena no Brasil. Vamos rever as que foram demarcadas com laudos com muita suspeição de fraude”, indicou. O presidente disse ainda não temer decisões contrárias por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) por considerar inconstitucional decisão neste sentido. “Se houver irregularidade não é inconstitucional”, justificou. Segundo ele, há cerca de 400 pedidos de demarcações em andamento atualmente.

Na opinião do presidente, no fim do governo de José Sarney, teve início uma “indústria de demarcações de terras indígenas” no Brasil. O chefe do Executivo citou um programa de desenvolvimento em defesa da região Norte do Brasil idealizado em 1985, que previa a ocupação militar de uma faixa do território nacional situada ao norte da calha dos rios Solimões e Amazonas.

De acordo com Bolsonaro, esse projeto foi desviado com influência estrangeira para a demarcação de terras para índios e finalizou afirmando que os índios querem se incluir na população urbana brasileira. “O índio, hoje em dia, quer se integrar à sociedade. Ninguém está fazendo nenhuma maldade com ele não”, resumiu.

 

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