Goianos do PSL repercutem possível saída de Bolsonaro após o presidente dizer que era para “esquecer

Os deputados federais, estaduais e vereador do PSL divergem sobre a postura do partido e do presidente da República, que têm entrado em choque nos últimos dias após o partido entrar em crise por causa das denúncias contra candidaturas laranjas. Foto:

Postado em: 10-10-2019 às 08h00
Por: Aline Carleto
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Os deputados federais, estaduais e vereador do PSL divergem sobre a postura do partido e do presidente da República, que têm entrado em choque nos últimos dias após o partido entrar em crise por causa das denúncias contra candidaturas laranjas. Foto:

Dayrel Godinho 

Os deputados federais, estaduais e vereador do PSL divergem sobre a postura do partido e do presidente da República, que têm entrado em choque nos últimos dias após o partido entrar em crise por causa das denúncias contra candidaturas laranjas em diversos estados, principalmente, principalmente de candidaturas femininas.

A crise entre o presidente se agravou após vazar um vídeo em que o presidente fala para um pré-candidato a vereador de Recife “esquecer o PSL”. O presidente, inclusive, anunciou ontem (9) não pretende sair do partido por livre espontânea vontade, apesar de pessoas próximas a ele dizerem que ele já está decidido pela saída da sigla.

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Esta situação está causando um grande impasse entre os parlamentares, que divergem sobre os impactos desta situação do partido e do presidente da República, que entendem que a fala do presidente foi equivocada, porém que vão continuar trabalhando para defender o governo de Bolsonaro, independente do partido.

É o caso do líder do PSL na Câmara Federal, o deputado Federal Delegado Waldir (PSL), que avalia que o presidente não deveria atacar o partido que o elegeu presidente da República. “Ele foi eleito presidente graças ao PSL, eu fui eleito deputado federal graças ao PSL. Então eu acho que a gente não pode cuspir no prato em que comemos”.

O deputado estadual Humberto Teófilo (PSL) também critica a fala do presidente, que avalia como um erro frente à sigla, mas o partido continua com as mesmas bandeiras que foram consolidadas durante às eleições de 2018. “O nosso partido sempre defendeu e sempre defenderá as bandeiras já anunciadas durante a campanha eleitoral. Somos contra o aborto, contra a legalização das drogas, contra a corrupção”, pontua o deputado. 

Para ele, independente de ser o partido o presidente ou não, o PSL continuará defendendo as suas bandeiras com a permanência ou não do presidente da República. “Bolsonaro continuará com o meu respeito, vou continuar aliado e sempre vou respeitá-lo. Isso não me fará sair do partido e ser oposição, mas entendo que a fala foi uma fala equivocada” 

Saída do partido 

Já repercutindo uma possível saída de Bolsonaro, os parlamentares avaliam que isso não afetará nos posicionamentos políticos deles. “Caso ele opte por sair do partido, nós vamos respeitar a decisão, mas, mas acredito que esta não será uma boa decisão, porque, no PSL, nós já consolidamos as nossas bandeiras, que já estão fortalecidas, com uma bancada forte, tanto de deputados federais quanto de deputados estaduais”.

Em Goiás, por exemplo, são dois deputados federais, Major Vitor Hugo, que é líder do Governo na Câmara, e do deputado Delegado Waldir e na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) são três deputados: Delegado Humberto Teófilo, Major Araújo e Paulo Trabalho. Porém sem impactos partidários, segundo o deputado Delegado Waldir. 

“O impacto dessa situação é zero nos deputados. A bancada do PSL ficou realmente entristecida com a fala do presidente, que se manifestou quase em sua unanimidade apoio ao presidente do partido, mas acho que é um assunto superado. Nós vamos continuar governistas, continuar ajudando o governo. Isso não muda nada na composição do PSL”.

“Precisamos fortalecer o PSL e não abandoná-lo” 

Após quase sair do partido, o vereador Lucas Kitão (PSL) entende a situação como algo bastante “delicado”. “Porém o momento é da gente reformar o partido e não abandoná-lo”. O vereador, que fazia parte do grupo Livres, um grupo de liberais que estava no partido, permaneceu mesmo cotado para sair da sigla. “Sou liberal por essência, estou lá por ideologia e pretendo continuar. Acho que a saída é essa”.

Para o vereador, porém, as falas do presidente não deveriam ser consideradas no Estado. “Goiás não será arranhado pela crise no PSL, porque não estamos no centro desta crise, mas temos que aproveitar desse momento crítico para poder consertar o que tiver de erro e pensar no futuro, organizar executivas partidárias, incentivar candidaturas, trazer gente nova e oxigenar o partido e não fazer outro caminho”, avalia.

Caminho inverso 

Do outro lado, dentro do mesmo grupo do Livres, havia o deputado Lucas Calil (PSD) e a candidata a deputada estadual Desiree (Democratas). Ambos, que estavam no PSL, saíram do partido quando o presidente da República anunciou sua filiação ao PSL, que estava em processo de transição para se tornar o Livres.

Em suas redes sociais Calil comemorou a sua decisão. “Quando Bolsonaro foi para o PSL, levou junto uma série de oportunistas. Isto foi determinante para a minha saída do partido. Hoje, o próprio presidente quer sair do partido. Caso se confirme, nós estávamos certos. 

 

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