Bolsonaro diz em mensagem de Natal que ano termina ‘sem denúncia de corrupção’

Porém, além do filho do presidente, com inquérito aberto em novembro, há dois ministros na mira do Ministério Público e da Justiça – Foto: Reprodução.

Postado em: 25-12-2019 às 08h55
Por: Nielton Soares
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Porém, além do filho do presidente, com inquérito aberto em novembro, há dois ministros na mira do Ministério Público e da Justiça – Foto: Reprodução.

Nielton Soares

Durante a mensagem oficial de Natal, na noite de terça-feira (24), transmitida em rede nacional de televisão e de rádio, o presidente Jair Bolsonaro fez um balanço do primeiro ano de mandato, relatando que acabou o viés ideológico no governo e nos negócios comerciais do Brasil e afirmou que o ano se encerrou “sem qualquer denúncia de corrupção”. 

O pronunciamento, de quase 3 minutos, do presidente foi gravado no Palácio do Alvorada e contou com a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que estava vestida com uma camisa vermelha com a inscrição: ‘Jesus’. 

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Nesse contexto, Bolsonaro realizou um discurso religioso, afirmando que atualmente o país é comandado por um presidente crente em Deus. “A esperança voltou ao Brasil em 2019”, acrescentando que: “nós estamos terminando 2019 sem qualquer denúncia de corrupção, o mundo voltou a confiar no Brasil”.

Além disso, o presidente afirmou que houve retomada da economia, mencionou a reforma da Previdência e disse que caíram os índices de criminalidade. “Números positivos da economia, queda dos índices de criminalidade, 13º salário do Bolsa Família, medida provisória da liberdade econômica, sucessos no Enem e no agronegócio e obras feitas por batalhões do Exército demostram os novos rumos do país”, enumerou.

A primeira dama fez uma breve fala, desejando um “Natal abençoado” e declarando que o esposo consiga tornar o Brasil “mais justo, inclusivo e solidário a todos”. 

Denúncias

Episódios de denúncias contradizem o discurso de Bolsonaro, pois membros do governo foram apontados por envolvimento em esquemas irregulares. Dentre eles, o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio. Em outubro, o Ministério Público de Minas Gerais abriu investigação sobre a suposta participação dele em esquema de candidaturas laranja do PSL.

O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles é outro investigado, que chegou a ter os sigilos fiscais e bancários quebrados pela Justiça em novembro, por solicitação do Ministério Público. A suspeita é que ele enriqueceu ilicitamente durante o período que trabalhou no governo do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo. 

Já Flávio Bolsonaro, filho do presidente, está envolto em um terceiro inquérito do Ministério Público do Rio de Janeiro, aberto em novembro, que apura denúncias de irregularidades no gabinete dele, quando era então deputado estadual daquele estado. O caso é conhecido como “rachadinha” e há suspeita do envolvimento do motorista e amigo da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz. 

 

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