Ministro da Educação garante que Enem 2019 foi o “melhor de todos os tempos”

Última edição registrou o maior índice de participação em dez anos; custo com todo processo foi menor do que em 2018| Foto: Divulgação/ Luís Fortes/MEC

Postado em: 17-01-2020 às 12h20
Por: Redação
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Última edição registrou o maior índice de participação em dez anos; custo com todo processo foi menor do que em 2018| Foto: Divulgação/ Luís Fortes/MEC

Eduardo Marques 

Com cerca de 4 milhões de estudantes participantes, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 foi, segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o “melhor de todos os tempos”. Para ele, o sucesso da avaliação ocorreu porque a prova obteve o menor gasto, melhor logística, as questões não tiveram viés ideológico e não houve problemas operacionais. A edição do ano passado obteve 77,2% de participação, taxa recorde desde 2009. Em 2018, o Enem teve um custo de R$ 589 milhões, enquanto no ano passado de R$ 537 milhões. 

“[É melhor de todos os tempos] quando se compara com o custo  por aluno, complexidade da prova, logística, qualidade das questões, comparecimento e não houve nenhum problema operacional por parte do MEC [Ministério da Educação]. Pode perceber que não houve polêmica, foi tudo muito aceito. A satisfação do Enem 2019 foi superior aos demais anos”, disse Abraham Weintraub.

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As notas individuais do Enem 2019 foram divulgadas nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e podem ser acessadas na Página do Participante e pelo aplicativo do Enem, por meio do número de CPF cadastrado e da senha. Quem não lembra da senha para acessar os dados pode recuperá-la ou mesmo resetá-la e fazer uma nova.

O ministro da Educação e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, apresentaram os dados em entrevista à imprensa na sede do MEC, em Brasília, na manhã desta sexta-feira. Na ocasião, Weintraub frisou que o último exame foi técnico e não ideológico. “O objetivo é que seja feita uma seleção justa para todos os brasileiros”, disse.

“Mesmo que essa pessoa seja de direita, esquerda, centro ou apolítico, o objetivo do Enem é selecionar os melhores profissionais. Isso é que tenha padrões éticos mínimos e que não seja um carniceiro. Eu quero que essa pessoa seja o melhor médico para tratar a mim e a minha família e a de todos vocês daqui 20 anos”, ressaltou Weintraub. 

Quanto à redação, 53 participantes obtiveram a nota máxima (1.000) e 143.736 zeraram. Para o ministro, os estudantes não tiveram que se preocupar com viés ideológico para lograrem êxito no exame. 

“[O estudante] não vai precisar mais ficar buscando nos manuais de esquerda ou de direita ou em qualquer lugar que seja, ideologias”, disse. “Como foi para a redação. [O participante] poderia escrever uma redação de esquerda, de direita ou técnica. Queremos apenas ver quem sabe elaborar uma boa redação. As questões foram feitas com esse intuito, selecionar as pessoas mais bem preparadas”, afirmou o ministro.  

Os maiores percentuais de motivos para nota zero foram: redações em branco (56.945), fuga ao tema (40.624) e cópia do texto motivador (23.265). A média ficou em 592,9. Para os “treineiros”, aqueles que não concluíram o ensino médio em 2019, as notas estarão disponíveis em março, assim como o espelho da redação.

O Inep, vinculado ao MEC e responsável pela aplicação do Enem, também divulgou os resultados gerais para cada uma das quatro áreas exigidas no exame. As médias gerais foram 523,1 para matemática e suas tecnologias; 520,9 para linguagens, códigos e suas tecnologias; 508 para ciências humanas e suas tecnologias; e 477,8 para ciências da natureza e suas tecnologias. 

“O Enem foi um sucesso no sentido em que tudo correu dentro do planejado, dentro do cronograma. Nós não tivemos surpresa. A prova foi muito bem recebida pela comunidade acadêmica, pelos participantes. O tema da redação foi considerado inesperado, mas bem aceito pela sociedade. A acessibilidade ao cinema foi considerada uma discussão importante”, disse o presidente do Inep, Alexandre Lopes.

Segundo Alexandre Lopes, as questões do ano passado foram todas retiradas do Banco Nacional de Itens (BNI), e já estavam elaboradas. Para integrar o BNI, as questões passam por um longo processo de aprovação e testagem.

“Não houve direcionamento para mais ou menos conteudistas”, disse Lopes. “O que houve foi a equipe buscando dentro do Banco de Itens uma prova equilibrada, que cobrisse matrizes do Enem. Para oferecer às universidades um conjunto de alunos com boas notas, para escolherem os melhores para seus cursos”, ressaltou Alexandre.

Enem Digital

O ministério vai realizar, em 2020, uma versão digital do Enem.  A aplicação do exame será opcional e a estimativa inicial é de 50 mil participantes, podendo chegar aos 100 mil. As provas ocorrerão nos dias 11 e 18 de outubro, antes do Enem tradicional, marcadas para os dias 1º e 8 de novembro. A implantação do Enem Digital será progressiva, com previsão de consolidação em 2026.

“O aluno vai optar entre uma das versões do Enem. A orientação do jurídico [do Inep] é que a escolha seja por ordem de inscrição. O exame vai ser aplicado em 15 capitais, o candidato vai selecionar a cidade e vai pedir a inscrição, se tiver a vaga ele se inscreve, se não tiver ele será direcionado para fazer a inscrição no Enem tradicional”, informou Lopes.

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