Brasil tem queda em ranking de liberdade de imprensa pelo 2º ano

País terminou em 107º dentre 180 nações. Organização 'Repórteres Sem Fronteiras' considerou tratamento de Bolsonaro e família contra jornalistas – Foto: Reprodução.

Postado em: 21-04-2020 às 18h55
Por: Nielton Soares
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País terminou em 107º dentre 180 nações. Organização 'Repórteres Sem Fronteiras' considerou tratamento de Bolsonaro e família contra jornalistas – Foto: Reprodução.

Nielton Soares

Pelo segundo ano seguido, o Brasil caiu no ranking mundial de liberdade de imprensa, ocupando 107ª posição dentre 180 países, segundo lista da organização não governamental “Repórteres Sem Fronteiras”, divulgada nesta terça-feira (21).

A eleição de Jair Bolsonaro para a presidência, em 2018, é apontada como um dos motivos para a piora do Brasil no ranking. Naquele ano, o país era 102ª lugar, registrando queda em 2019, indo para 105º. 

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O relatório afirma que “o presidente Bolsonaro, sua família e vários membros de seu governo insultam e humilham constantemente alguns dos principais jornalistas e meios de comunicação do país, alimentando um clima de ódio e suspeita em relação ao jornalismo no Brasil”. É acrescentado que se “deu início a uma era particularmente sombria da democracia e da liberdade de imprensa no Brasil”.  

O país está atrás até de nações africanas, como Angola (106), Montenegro (105) e Moçambique (104). À frente do Brasil ficaram Mali (108), Kuwait (109) e Guiné (110).

Outra constatação é a concentração das empresas de comunicação. “A propriedade da mídia continua muito concentrada, especialmente nas mãos de famílias de grandes empresas que estão, com frequência, intimamente ligadas à classe política”, frisa. 

A Justiça brasileira também é apontada como cerceadora da liberdade dos profissionais. “A confidencialidade das fontes dos jornalistas está sob constante ataque e muitos repórteres investigativos foram submetidos a processos judiciais abusivos”, afirma a entidade.

Ranking 

Estados Unidos, mesmo com críticas do presidente Donald Trump, subiram na classificação, passando de 48ª posição para 45º. Porém, a organização denunciou “prisões, ataques físicos (…) e assédio a jornalistas continuaram em 2019” no país. 

Coreia do Norte terminou em último lugar, uma posição abaixo do que registrado no ano passado, saindo de 179 para 180. “Liderado por Kim Jong-un desde 2012, o regime totalitário da Coreia do Norte continua a manter seus cidadãos em um estado de ignorância”, acusou “Repórteres Sem Fronteiras”.

 

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