Pré-candidata à Prefeitura de Goiânia, Adriana Accorsi defende legado do PT

Pré-candidata petista, Adriana Accorsi pretende ressaltar na campanha as iniciativas positivas do partido na Capital| Foto: Reprodução

Postado em: 08-09-2020 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Pré-candidata petista, Adriana Accorsi pretende ressaltar na campanha as iniciativas positivas do partido na Capital| Foto: Reprodução

Dayrel Godinho e Rubens Salomão 

Especial para O Hoje

A segunda entrevistada da série com os prefeitáveis de Goiânia do Jornal O Hoje foi com a deputada estadual Adriana Accorsi (PT). Quarta colocada nas eleições municipais de 2016, com 46 mil votos, a petista conversou sobre a estratégia da sigla para o município e lembrou a trajetória do partido, que elegeu três prefeitos na capital desde a redemocratização, e que tem sido lembrado por todos os pré-candidatos.

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Ela citou os governos de seu pai, o ex-prefeito Darci Accorsi, e dos ex-prefeitos Pedro Wilson e Paulo Garcia. Para ela, existe uma relação simbiótica entre o partido e a Capital, onde, apesar da inexistência de um vereador representando a sigla na Câmara Municipal, existe uma lembrança.

Para ela, 2016 foi o ápice de um grande ataque ao Partido dos Trabalhadores que aconteceu em todo o País. “Mas os processos gerados contra o ex-presidente Lula (PT) estão caindo”, citou Adriana Accorsi, que também comentou a situação do município em meio à pandemia e a saída do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), do pleito. 

 Como a senhora acompanha estas articulações que estão acontecendo após a desistência do prefeito Iris Rezende (MDB) de concorrer à reeleição? Como o PT está se movimentando diante deste cenário?

É natural que todos conversem. A gente vê isso como parte da democracia e com tranquilidade. Essas forças políticas que estão se movimentando, saindo da oposição não têm mantido a coerência. Ora estavam juntos com o Marconi, ora estavam na oposição, como o próprio governador Ronaldo Caiado (DEM) esteve nestas duas posições e alguns destes supostos ou possíveis pré-candidatos também estão, a cada eleição, em um partido diferente. Às vezes ao lado, às vezes contra o governador, de forma um pouco oportunista na minha opinião, dependendo das conveniências. O Partido dos Trabalhadores tem mantido coerência com os seus posicionamentos e com as suas ideias e nós continuamos da mesma forma. 

A gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT) é uma referência para a campanha e para um possível mandato da senhora?

Tenho caminhado de forma virtual pela cidade. Como deputada, fui a mais votada na Capital goianiense, então tenho dialogado muito com a população.  O que a gente sente é que existe uma história de muito carinho do PT com a cidade e a recíproca é verdadeira. As pessoas lembram muito da gestão do meu pai, Darci Accorsi, em alguns aspectos e sempre se lembram do programa Cidadão 2000 que ajudava as crianças e adolescentes e hoje não se tem nada deste tipo em Goiânia. Não há nada neste sentido em Goiânia. Não há propostas para uma moradia digna, como a Goiânia Viva, e outras políticas públicas. As pessoas também se lembram da gestão do professor Pedro Wilson (PT), que tinha muitas políticas públicas relacionadas à educação e do prefeito Paulo Garcia, embora tenha problemas, assim como no Brasil todo, os gestores enfrentaram problemas, porque foi uma época de muita crise, política e econômica. As pessoas lembram muito de iniciativas da administração do ex-prefeito Paulo Garcia que deixaram história, como é o caso do BRT, que está sendo continuado e também de ideias como as ciclovias. 

Em 2016 o partido não elegeu nenhum vereador e para estas eleições o partido está trazendo nomes reconhecidos pela população para concorrer às eleições municipais. É um movimento de fortalecimento da sigla?

2016 foi o ápice de um grande ataque ao Partido dos Trabalhadores que aconteceu em todo o País e que hoje estão caindo por terra cada um destes ataques. Inclusive os processos gerados contra o ex-presidente Lula (PT) estão caindo e está sendo desmontado toda essa grande manipulação que aconteceu, colocando o PT como culpado de questões que, na verdade, se tratam de uma grande enganação para as pessoas que estão no poder, hoje, pudessem conquistar, através de um golpe. Então o ano de 2016 foi o grande ápice deste ataque e nós tivemos uma grande redução em nossos quadros em todo o país, tanto para prefeitos, quanto para o Legislativo. Mas logo após isto começou a ser alterado. Em 2018, por exemplo, foi bastante diferente. Nós fizemos a maior bancada de deputados federais do Brasil, a segunda maior em deputados estaduais e o maior número de governadores. Então acreditamos que neste ano nós vamos retomar grandes espaços, o que já está acontecendo no ponto de vista dos movimentos políticos, que devem se consolidar nas eleições.

Não ter mais coligações proporcionais muda alguma questão dentro do PT?

O nosso partido votou e trabalhou a favor desta modificação na legislação. A gente entende que isso fortalece o sistema partidário, porque são muitos partidos que são muitas vezes pequenos, onde as pessoas sequer se identificam com a ideologia e que muitas vezes sobrevivem desta forma.

O PT está isolado em Goiás e em Goiânia?

No Estado nós já temos várias alianças acontecendo. Inclusive, em Aparecida de Goiânia, nós estamos na chapa com o prefeito atual, Gustavo Mendanha (MDB), que vai concorrer à reeleição. Em Anápolis nós temos aliança. Mas cada cidade tem a sua realidade, que foi aprovada pelo Diretório Estadual. Temos várias situações diferentes. Mas em Goiânia nós seguimos a determinação do Diretório Nacional, então, como temos mais partidos, nós não temos como fazer alianças com algumas siglas no primeiro turno. Eu considero como uma ação correta, porque nós precisamos ter princípios. Continuamos conversando. Principalmente dentro do campo democrático popular.

O que a senhora propõe diferente do prefeito Iris Rezende?

O nome do prefeito está marcado na nossa história, tanto em Goiânia, como em Goiás e no Brasil. Porque o prefeito já foi até ministro e a gente respeita esta história. Mas é natural que, em toda a campanha a gente discuta a gestão municipal atual.  É um fato natural que precisa acontecer para que a gente possa pensar sobre o futuro e sobre o que pode ser continuado. Faz parte da democracia e da política. Tem muita coisa que eu faria diferente. Precisamos nos afastar desta antiga política que o prefeito atual tem promovido. Não pela idade, mas pelo fato de que é uma política antiga que deixa a cidade abandonada a maior parte do mandato. Durante os três primeiros anos não tem investimento, não tem obras e o recurso é restrito, mas no último ano se faz tudo de uma vez. Eu discordo desta forma de fazer política e vejo que é uma forma antiga e ultrapassada e fere o direito do cidadão à cidade, a usufruir dos serviços públicos de qualidade durante todo o mandato. Essa é a minha principal discordância que eu vejo que a gente precisa fazer diferente. Precisamos de uma administração pública que funciona e que faz obras. Que reforma unidades de saúde e que aumente a quantidade de vagas para os alunos do CMEI durante todo o mandato. Precisamos de uma administração que investe num serviço público de qualidade durante os quatro anos. Precisamos de uma participação pública que seja parceira na geração de emprego e renda.  Estamos vivendo uma situação bastante grave que já estava acontecendo antes da pandemia.  É uma preocupação minha porque a gente precisa de cuidar da cidade e cuidar das pessoas. A gente precisa pensar na saúde, mas a gente precisa pensar na sobrevivência e na vida digna. A crise econômica é um fato. E a prefeitura não pode se omitir.  Precisamos ter diálogo com os setores da sociedade. Precisamos girar a economia em Goiânia, porque as pessoas estão passando fome. E isso não pode acontecer. As pessoas não podem ficar desempregadas, os comércios não podem fechar.

Qual foi o ensinamento que a pandemia trouxe para a senhora e como a deputada enxerga esta situação? 

Quero ser a prefeita que estará à frente do enfrentamento à Covid-19. Isso tudo para fazer frente ao que o governo federal tem feito, desrespeitando a ciência e a tecnologia. O que ele tem feito é muito ruim para nós e pode nos levar à morte, à quebra da nossa economia, que é o que está acontecendo no nosso país.  Outros países já estão saindo desta situação, salvando vidas e restaurando a economia. Nós, infelizmente, estamos no ápice, com mais de 122 mil pessoas mortas e com uma economia quebrada. Isso deixa lição da incompetência e da irresponsabilidade e da inaptidão. Não podemos colocar pessoas inaptas, que não respeitam a ciência e que não têm diálogo com a sociedade no poder.  Se eu fosse a prefeita, teria chamado a sociedade no começo da pandemia, quando estava chegando lá na Itália, com mil pessoas mortas. A gente sabia que iria chegar aqui. Tínhamos que ter nos preparado, reunido a sociedade civil e fazer o que precisava, buscando EPIs para os profissionais da frente de combate, trazendo medicamentos e testes. Deveríamos ter aberto diálogo com a UFG, com a PUC Goiás, para garantir um isolamento bem feito, para não superlotar os hospitais, sem prejudicar a economia.  

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