Ex-advogado de Bolsonaro e advogados de Lula são alvos de ação que mira desvios no Sistema S

A Justiça expediu 50 mandados de busca e apreensão na investigação de desvio de R$ 150 milhões da Fecomércio, Sesc e Senac do RJ| Foto: Reprodução

Postado em: 09-09-2020 às 08h30
Por: Redação
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A Justiça expediu 50 mandados de busca e apreensão na investigação de desvio de R$ 150 milhões da Fecomércio, Sesc e Senac do RJ| Foto: Reprodução

Da Redação

Os advogados Frederick Wassef (que representou a família Bolsonaro), Cristiano Zanin (Lula) e Ana Tereza Basílio (Wilson Witzel) são alvos de nova fase da Operação Lava Jato, nesta quarta-feira (9). 

A Operação E$quema S investiga desvios de pelo menos R$ 150 milhões do Sistema S do RJ por escritórios de advocacia no Rio e em São Paulo, para propinas a agentes públicos.

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A operação é baseada em uma delação premiada de Orlando Diniz, ex-presidente da seção fluminense do Sistema S — que engloba Fecomércio, Sesc e Senac.

Segundo o G1, o juiz federal Marcelo Bretas expediu 50 mandados de buscas e apreensões — não há mandados de prisão — e aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), tornando rés 26 pessoas

De acordo com o MPF, um dos escritórios alvo de buscas — o Eluf e Santos — foi contratado no esquema para repassar dinheiro a Wassef.

A Lava Jato apurou que as entidades do Sistema S teriam destinado pelo menos metade do seu orçamento anual a contratos com escritórios de advocacia.

A força-tarefa aponta que a Fecomércio-RJ, por exemplo, gastou R$ 355 milhões a pretexto de advocacia, “por serviços supostamente prestados”, dos quais “ao menos R$ 151 milhões foram desviados”.

Segundo o MPF, alguns dos pagamentos foram “sob contratos de prestação de serviços advocatícios ideologicamente falsos”; sem contratação formal e sem critérios técnicos, como concorrência ou licitação.

Investigação por suspeita de corrupção

Diniz já havia sido preso, em 2018, em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio. No mesmo ano, porém, o ex-executivo foi solto por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-empresário foi detido por suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção e integrar organização criminosa.

Um dos crimes investigados na época era a contratação de “funcionários fantasmas” pelo Sesc e pelo Senac (ligados à Fecomércio). Por exemplo, uma chef de cozinha para o Palácio Guanabara e uma governanta do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Elas recebiam salários pelas entidades.

Diniz ficou quatro meses preso. Em junho, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes concedeu habeas corpus ao ex-empresário.

NOTA do Advogado Cristiano Zanin

De acordo com laudo elaborado em 2018 por auditores
independentes, todos os serviços prestados à Fecomércio/RJ pelo meu escritório
entre 2011 e 2018 estão devidamente documentados em sistema auditável e
envolveram 77 (setenta e sete) profissionais e consumiram 12.474 (doze mil,
quatrocentas e setenta e quatro) horas de trabalho. Cerca de 1.400 (mil e
quatrocentas) petições estão arquivadas em nosso sistema.

Além disso, em 2018, a pedido da Fecomércio-RJ, entregamos
cópia de todo o material produzido pelo nosso escritório na defesa da entidade,
comprovando a efetiva realização dos serviços que foram contratados. Os
pagamentos, ademais, foram processados internamente pela Fecomércio/RJ por meio
de seus órgãos de administração e fiscalização e foram todos aprovados em
Assembleias da entidade — com o voto dos associados.

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