Guedes afirma que deixará negociações com Congresso, após tensão com Maia

Nielton Soares

O ministro da Economia, Paulo
Guedes, afirmou, nesta quarta-feira (9), que não irá mais participar das negociações
diretas com o Congresso Nacional. A fala surgiu depois de desentendimento com o
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O ministro declarou em seminário
on-line, onde Maia estava presente, que as novas negociações do Palácio do
Planalto com o Congresso será por meio das lideranças – base de sustentação parlamentar
do governo, marcando o fim do “voluntarismo”.

Segundo ele, essa será a “via
regular de encaminhamento do processo”. “A gente conversa regularmente toda
semana, aí o governo consegue decidir e encaminhar de uma forma mais adequada,
que não seja um ministro, dependendo também de um olhar generoso e amigo, faço
questão de registrar, do nosso presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que sempre
nos ajudou em todas as reformas”, comentou Quedes.

O presidente da Câmara, na semana
passada, chegou a afirmar que a interlocução com a equipe econômica estava
“encerrada”. Isso, depois que Guedes proibiu auxiliares de se reunirem na
Câmara para tratar de pontos da reforma tributária do governo.

Na ocasião, o debate estava em
torno da criação de um fundo de R$ 480 bilhões para compensar estados e
municípios, que podem perder arrecadação com o novo modelo de impostos planejado
pelo governo.