“O antipetismo não é forte em Goiânia”, diz Adriana Accorsi

Se eleita, ela será a quarta filiada ao Partido dos Trabalhadores a sentar-se na cadeira do chefe do Poder Executivo municipal.

Postado em: 14-10-2020 às 23h00
Por: Raphael Bezerra
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Se eleita, ela será a quarta filiada ao Partido dos Trabalhadores a sentar-se na cadeira do chefe do Poder Executivo municipal.

Celso
Assis

A
candidata Adriana Accorsi (PT) nega que a rejeição ao seu nome na campanha à
prefeitura de Goiânia tenha a ver com seu partido, mas com o desconhecimento da
população de suas propostas. “À medida que elas forem conhecendo nossos
projetos para a cidade, essa rejeição vai diminuir”, garantiu.

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Mesmo
estando posicionada no topo das pesquisas com Vanderlan Cardoso (PSD) e Maguito
Vilela (MDB), Adriana Accorsi é a mais rejeitada entre os 15 candidatos a
prefeito da capital, segundo pesquisa do Instituto FoxMappin, divulgada nesta
quarta-feira (14).

A
delegada Adriana Accorsi foi eleita deputada estadual em 2018 com o quinto
maior número de votos, sendo a mulher mais bem votada. Hoje, pretende seguir os
passos do pai, Darci Accorsi, que governou Goiânia de 1993 a 1996.

Se
eleita, ela será a quarta filiada ao Partido dos Trabalhadores a sentar-se na
cadeira do chefe do Poder Executivo municipal. O primeiro foi o próprio Darci,
depois Pedro Wilson (2001 a 2004) e Paulo Garcia (2010 a 2016). Pedro Wilson é
o candidato a vice-prefeito na chapa de Adriana.

Na primeira rodada de pesquisa do Instituto
FoxMappin, a senhora liderava a corrida eleitoral sem Vanderlan Cardoso (PSD).
No cenário com pessedista, você ocupa a terceira colocação empatada com Maguito
e Vanderlan. Como a senhora avalia estes números e suas primeiras semanas de
campanha?

Para mim é uma honra figurar nessas
posições. As pesquisas são diferentes mesmo, falam de um momento da campanha
que podem mudar no outro dia, e de fato mudam. Ainda mais uma campanha tão
rápida e diferente como essa. É uma alegria imensa por ser lembrada por grande
parte da população como uma possibilidade de uma pessoa que pode vir a ser a
prefeita.

Isso me dá mais força para trabalhar.
Estamos trabalhando muito, a militância do meu partido, meu candidato a vice
[Pedro Wilson], nossos candidatos a vereador e vereadora, estamos muito
empolgados.

Mesmo com essa diferença que a eleição
de 2020 traz em razão da pandemia, procuramos mesmo tomar muito cuidado com a
vida das pessoas, estamos fazendo muitas atividades virtuais, atividades
presenciais com poucas pessoas e estamos fazendo caravana nos bairros, com
poucas pessoas no trânsito.

Temos aí cerca de um mês para chegar
ao segundo turno e tenho muita confiança de que vamos conseguir.

Nessa mesma pesquisa, a senhora tem uma
rejeição alta.  A que a senhora
atribuiria essa rejeição por parte dos entrevistados?

Ainda não foi possível à população
conhecer minhas propostas. Ainda não tivemos essa condição. O programa
eleitoral na TV e no rádio começou agora. À medida que elas forem conhecendo
nossas propostas, nossos projetos para a cidade, essa rejeição vai diminuir.

A senhora acredita que o antipetismo ainda é
forte em Goiânia?

Não acredito. Você veja bem, eu fui a
deputada estadual [mulher] mais bem votada de Goiânia, de todos os partidos, de
todos os deputados. Eu sou do PT desde os 16 anos de idade.

Eu acredito que nós vivemos em um
momento de grande desgaste. Em 2016 foi o auge do ataque ao partido, o momento
em que houve o golpe contra a presidenta Dilma. Todo aquele ataque sobre o
partido, inclusive com muitas ‘fake news’, como “filho de Lula em carro de
ouro”. Elas contribuíram para esse sentimento.

Como eu sempre disse como delegada, a
verdade nos liberta. Isso está na Bíblia e é verdade. A verdade está sendo
esclarecida. Hoje se sabe que a presidenta Dilma era inocente e que o
presidente Lula foi acusado para não ganhar as eleições para presidente. Até o
juiz que fez isso está sendo acusado, respondendo a processos, querendo até fugir
do Brasil.

Em 2018, nós fazemos a maior bancada
de deputados federais do Brasil, a segunda de deputados estaduais e somos o
partido que tem mais governadores do país.

Acredito que somos respeitados em
Goiânia. Fizemos três gestões que deixaram muitas obras e políticas públicas na
memória, na história da cidade, mas acredito que temos que fazer muito mais.

Qual é a maior qualidade e qual é o pior
defeito da gestão do prefeito Iris Rezende?

Eu respeito muito o prefeito. Acredito
que ele deixa seu nome marcado na história. Não só de Goiânia, mas do Brasil,
pois já foi até ministro. Ele deixa muitas obras para a população, inclusive eu
faço compromisso de terminar todas essas obras.

Infelizmente, alguns gestores públicos
têm esse hábito de não continuar obras do prefeito anterior por razões
políticas. Isso prejudica a população. Já houve dinheiro público gasto nessas
obras.

Uma qualidade do prefeito são as
obras. Obras estruturantes e grandes. Ao mesmo tempo, eu faria diferente. Elas
não deveriam acontecer no último ano de mandato, deveriam acontecer ao longo do
mandato, desde o primeiro dia, tem que estar relacionadas à população. Muitas
vezes você pensa em uma obra, mas não relaciona com a vida da pessoa.

Por exemplo, tem uma praça muito
bonita, como a Praça do Cruzeiro, mas não adianta fazer isso e não ter uma
unidade pediátrica para atender as crianças 24 horas, não pagar data base para
o trabalhador da educação.

O ser humano tem que estar em primeiro
lugar. As obras são importantes, mas elas estar aliadas a uma gestão humanizada
e políticaspúblicas que priorizem o ser humano, seus problemas e necessidades.

Qual seria sua prioridade no primeiro ano de
mandato, caso seja eleita?

No meu primeiro dia de mandato, vou
estar em cima de um trator. A população tem direito a quatro anos de mandato.
Uma marca minha é o dinamismo, é o trabalho duro, incansável, como sempre fiz
como delegada e quero trabalhar assim como prefeita. Quero estar presente nos
bairros, junto com a população.

Precisamos cuidar da saúde, das
pessoas que estão se tratando da Covid-19, mas também das outras doenças. Ao
mesmo tempo, valorizar os trabalhadores da saúde, nossos heróis.

Precisamos retomar a economia, criar
emprego e renda, infraestrutura para novas empresas, um banco comunitário, se
possível com juros zero, para criar micro e pequenas empresas, como as
confecções da Região Noroeste.

Já no primeiro dia, eu quero procurar
as empresas de transporte público, estudar esses contratos. Vamos terminar a
obra do BRT urgente, porque vai contribuir para um transporte público digno.
Vamos investir no ciclismo em Goiânia.

Quero dar condição de trabalho para
nossa Guarda Civil Metropolitana para cuidar do povo de Goiânia.

Nosso lema, o motivo da escolha do meu
vice é “nenhuma criança fora da escola e do CMEI”. Isso é um direito, para os
pais poderem trabalhar sabendo que os filhos estão seguros. Vamos dar um piso
maior que o nacional para os trabalhadores da educação.

Como sua campanha tem incentivado a população
a irem às urnas mesmo durante a pandemia?

As pessoas estão percebendo a
importância do voto. O voto tem consequência. Inclusive, nesse momento de crise
que atravessamos, seja a pandemia ou a crise econômica que já acontecia e agora
foi agravada, precisamos escolher pessoas sérias, responsáveis, que realmente
tem compromisso com sua cidade. Acredito que as pessoas vão sim escolher muito
bem aquele que vai cuidar da cidade, das pessoas na próxima gestão. Tem que ser
alguém que tenha coragem para enfrentar esse desafio. Nossa cidade é muito boa,
mas que pode ser muito melhor e a gente precisa ter essa coragem para
mudar.  (Especial para O Hoje) 

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