Em quatro anos, Câmara apresentou 1,2 mil projetos

Celso Assis

O levantamento feito pela
reportagem do Jornal O Hoje
analisou os relatórios de atuação e frequência dos parlamentares disponíveis no site
da Câmara. Os relatórios englobam 53 vereadores, sendo
os 35 atuais, os quatro que foram eleitos para outros cargos
políticos em 2018 e os suplentes que ocuparam estas
vagas ou fizeram substituições temporárias. 

Tatiana lemos (PCdoB)
foi a vereadora que mais apresentou projetos de lei ordinária
nestes quatro anos, somando
94 propostas, 45 delas somente em 2017. Sabrina Garcez
(PSD) apresentou 91 projetos
de lei e o Dr. Paulo Daher
(PMN), 87 projetos. Somente
Garcez foi reeleita em 2020. 

Além do número de projetos de lei ordinária apresentados, os relatórios analisam o
rendimento do vereador enumerando também a quantidade de projetos de lei complementar (tipo de lei que difere
da lei ordinária por precisar de
maioria absoluta para ser aprovada), projetos de decreto legislativo (que vão desde a concessão de títulos honoríficos a
cassação do mandato do prefeito), projetos de resolução
(destinados a assuntos internos
da Câmara), projetos de emenda à lei Orgânica (que é a
“constituição” do município)
e requerimentos (pedidos de
conserto de postes, placas ou
qualquer outra medida de interesse da população). 

Mesmo tendo apresentado
48 projetos de lei durante seu
mandato, Tiãozinho Porto
(MDB) assinou 7.544 requerimentos. Izídio Alves (MDB),
em seu sexto mandato, fez
6.259 requerimentos à Prefeitura. Já Oséias varão (Progressistas), Milton Mercêz (Patriota) e Juarez lopes (PDT) apresentaram os piores rendimentos ao longo do mandato. 

Oséias varão, em quatro
anos, apresentou apenas seis
projetos de lei; o único sancionado pelo prefeito Iris Rezende (MDB) foi para dar
nome a uma praça no Conjunto vera Cruz. Dos três decretos legislativos, dois foram
para dar título honorífico. Apenas 11 requerimentos foram
solicitados ao Poder Executivo
vindos do gabinete nº3. 

Das 30 faltas durante o
mandato, varão explicou porque faltou somente sete vezes.
O vereador não foi encontrado e a assessoria não quis comentar o assunto. Apesar de
ter se candidato em 2020,
Oséias varão não voltará para
a Câmara em 2021. 

A vereadora Tatiana lemos (PC do B) é a parlamentar
que mais faltou em sessões ordinárias entre 2017 e 2020.
Das 91 ausências, Tatiana justificou sua falta 89 vezes. Somente este ano, Tatiana não
foi trabalhar 43 vezes.
A assessoria da vereadora
explicou que ela sofre de uma
doença autoimune chamada
artrite psoriática mutilante,
que causa dor nas articulações. O número alto de faltas
em 2020 se deve ao tratamento mais agressivo que ela se
submeteu. “Ela segue o tratamento. Ele é longo e sem uma
cura ainda. Somente paliativos”, completou a nota. 

Mesmo com as faltas, a
assessoria de Tatiana lemos
ressaltou que neste mandato
“o gabinete dela funcionou
incansavelmente”. A equipe
seguiu com todos os trabalhos
como pode ver pelos requerimentos, ofícios, eventos e
projetos”. Tatiana não se reelegeu em 2020 e deixará a Câmara depois de três mandatos consecutivos.
O segundo vereador com
mais faltas é Rogério Cruz (Republicanos), o vice-prefeito
eleito de Goiânia. No seu segundo e último mandato na Câmara Municipal, Cruz não compareceu 71 vezes ao trabalho,
porém justificou somente 59
faltas. O vice-prefeito eleito
não foi encontrado para comentar sobre o assunto. 

Por outro lado, Paulo Magalhães (DEM), Jair Diamantino (DEM) e Zander Fábio
(Patriota) foram os vereadores mais assíduos desta legislatura. A Câmara não registrou nenhuma falta de Magalhães durante os quatro anos
de mandato. Diamantino faltou uma única vez e Zander
ausentou-se duas vezes.