De “gripezinha” a “país de maricas”: confira 10 frases polêmicas de Bolsonaro sobre pandemia

Nos últimos meses, o presidente do Brasil já defendeu distribuição de remédio sem comprovação científica e se colocou contrário à obrigatoriedade da vacina| Foto: Reprodução/ Carolina Antunes/ PR

Postado em: 25-12-2020 às 08h00
Por: Redação
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Nos últimos meses, o presidente do Brasil já defendeu distribuição de remédio sem comprovação científica e se colocou contrário à obrigatoriedade da vacina| Foto: Reprodução/ Carolina Antunes/ PR

Eduardo Marques

Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), em meados de março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez declarações polêmicas a respeito da doença, que já matou no Brasil 189.982 pessoas, sendo 7.423.945 casos até o dia 24 de dezembro, segundo dados do Ministério da Saúde.

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Em novembro, em um espaço de dois dias, Bolsonaro comemorou a suspensão dos estudos envolvendo uma vacina a ser fabricada pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e afirmou que o Brasil deveria “deixar de ser um país de maricas” por causa da pandemia.

Desde janeiro, Bolsonaro já defendeu distribuição de remédio sem comprovação científica (hidroxicloroquina) para a cura do vírus, afirmou que não compraria vacinas de fabricantes chinesas ou negociadas com o governador paulista João Dória (PSDB), classificou a Covid-19 de “gripezinha” e resumiu sua visão sobre o avanço da pandemia em uma frase: “E daí?”

Confira 10 declarações que o presidente deu sobre a pandemia desde março:

“País de maricas”

“Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar de peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa?”, afirmou Bolsonaro durante uma cerimônia de lançamento de um programa federal de turismo em novembro. Para ele, todos vão morrer, e tentar conter o espalhamento do vírus não parece ser um motivo forte o suficiente para fechar a atividade econômica.

“Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”

Bolsonaro tem se colocado há meses contra a vacina da fabricante chinesa Sinovac, que será produzida pelo Butantan caso tenha segurança e eficácia asseguradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em outubro, cancelou um acordo de cerca de R$ 2 bilhões do Ministério da Saúde para aquisição das doses. “Da China nós não compraremos. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso”, disse Bolsonaro.

Em seu perfil oficial do Facebook, o presidente celebrou essa interrupção. “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos a tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, dizia a mensagem publicada pelo presidente.

“Vacina obrigatória só aqui no (cachorro) Faísca”

Desde agosto, Bolsonaro vem se posicionando contra a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19. Naquele mês, afirmou a apoiadores que “ninguém pode ser obrigado a tomar a vacina”. Em 24 de outubro, decidiu fazer piada com o tema. “Vacina obrigatória só aqui no Faísca”, disse em selfie com seu cachorro em uma postagem em redes sociais.

“Se você virar um jacaré, o problema é seu, pô!”

O presidente Jair Bolsonaro questiona os possíveis efeitos colaterais das vacinas contra o coronavírus, tomando como exemplo a da Pfizer/BioNtec, e afirmou que não há garantia de que ela não transformará quem a tomar em “um jacaré”.

“Lá no contrato da Pfizer, está bem claro que [a Pfizer] não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu”, disse Bolsonaro.

“Não precisa entrar em pânico”

Em julho, ao confirmar que contraiu Covid-19, o presidente afirmou que sente “mal-estar, cansaço, um pouco de dor muscular”. “Quanto a repouso, isso é particular meu. Eu não sei ficar parado. Vou ficar despachando por vídeo conferência”, afirmou o presidente, que diz estar se sentindo “impaciente”. “Eu estou impaciente, mas vou seguir os protocolos. O cuidado mais importante é com seus entes queridos, os mais idosos. Os outros também, mas não precisa entrar em pânico. A vida continua”, disse.

“Cobre do seu governador”

No dia 10 de junho, enquanto conversava com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro mandou uma mulher que o questionava sobre o número de brasileiros mortos pela pandemia de Covid-19 “cobrar do seu governador”.

“E daí?”

No final de abril, o presidente foi perguntado por um repórter o que ele tinha a dizer sobre o recorde diário de mortes notificadas naquele dia. Ao que o presidente respondeu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao seu nome, Jair Messias Bolsonaro.

“Vamos todos morrer um dia”

Bolsonaro se posiciona contra o isolamento social e dizia, nos primeiros meses da pandemia, que era preciso isolar apenas pessoas de saúde frágil. No final de março, após um passeio que provocou aglomeração, o presidente disse: “Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra. Não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia.”

“Gripezinha”

Alguns dias depois, em um pronunciamento veiculado na televisão, no dia 24 de março, quando o país já registrava mais de 10 mortes pelo vírus, o presidente criticou o fechamento de escolas e comércios. Ele ainda comparou a contaminação por coronavírus a uma “gripezinha” ou “resfriadinho” e disse que, se ficasse doente, não sofreria.

“Superdimensionado”

Em um de seus primeiros comentários públicos sobre a doença, o presidente disse que a imprensa exagerou sobre sua gravidade. “Tem a questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus”, disse o presidente em evento em Miami no dia 9 de março.

 

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