Vereadoras eleitas apontam suas prioridades para Goiânia em 2021

Empossadas nesta sexta-feira (1º/1), as mulheres eleitas da capital falaram ao O Hoje sobre as suas expectativas para o início da nova legislatura | Fotos: reprodução

Postado em: 01-01-2021 às 11h15
Por: Carlos Nathan Sampaio
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Empossadas nesta sexta-feira (1º/1), as mulheres eleitas da capital falaram ao O Hoje sobre as suas expectativas para o início da nova legislatura | Fotos: reprodução

Nathan Sampaio

Apesar de serem maioria entre os eleitores no Brasil, em Goiás e em Goiânia, as mulheres, quando candidatas ou eleitas, continuam sendo minoria. Em Goiânia, que já possui quase 1 milhão de pessoas aptas a votar, há cerca de 9% mais mulheres eleitoras do que homens, de acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). Apesar disso, das 35 cadeiras da Câmara Municipal, neste ano a capital elegeu menos de 15% de representantes do sexo feminino.

As cinco mulheres eleitas são: Luciula do Recanto (PSD), Sabrina Garcez (PSD), Aava Santiago (PSDB), Gabriela Rodart (DC) e Leia Klebia (PSC). Juntas, elas conquistaram 21.436 votos goianienses. Agora, empossadas nesta sexta-feira (1º/1), as vereadoras falaram ao O Hoje sobre quais devem ser as prioridades tanto da Câmara, quanto da prefeitura já neste primeiro ano da nova legislatura 2021/2024.

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Para Luciula, 46 anos e que cumprirá seu primeiro mandato, a causa animal tem sido deixada de lado. “Eu fui eleita com a bandeira da causa animal, e sempre ressaltei que é uma causa esquecida e que não possui muito apoio do poder público. Entendo que precisamos avançar dentro dessa causa, especialmente resolvendo os problemas do nomeado Hospital Público Veterinário e do centro de zoonoses, além de programas de castração em massa e outros projetos importantes que pretendo apresentar”, disse.

Além da causa animal, a vereadora também disse que há gargalos consideráveis em relação à saúde, educação e transporte. “Para saúde, o atendimento em muitos locais é precário e não dispomos de um Hospital Municipal, é algo que precisa ser debatido. Sobre a educação, entendo como um problema nacional, que é a falta de investimentos na educação básica, se queremos um futuro melhor para nossa cidade, precisamos investir em nossas crianças e adolescentes, a falta de vagas em creches também é uma reclamação recorrente” reforçou Luciula.

“Em relação ao transporte, penso que, historicamente Goiânia investiu errado, privilegiando o transporte particular e individual em detrimento do público/coletivo, como resultado, vemos o trânsito caótico e o deficitário transporte público. A capital precisa se espelhar em modelos que funcionem”, concluiu, dizendo que ela pensa em uma cidade do futuro, que valorize os animais, as pessoas e o meio ambiente. “É por essa Goiânia que quero lutar e deixar minha marca no Legislativo.”

A vereadora eleita Aava, de 31 anos, socióloga e que também estreia na Câmara, afirmou que a maior prioridade de Goiânia será “dar resposta para as crises geradas e aprofundadas pela pandemia do covid-19”. “Precisamos fazer isso com o respeito pelas contas públicas com responsabilidade fiscal. Serão desafios semelhantes às de outras grandes cidades do Brasil e do mundo, pois vivemos em uma cidade muito desigual, uma das mais desiguais da América Latina, e essas desigualdades foram muito aprofundadas durante esse período de pandemia”, declarou, lembrando que a educação também está incluída neste pós pandemia e se torna um ponto prioritário. 

Sobre o transporte, que tem chegado ao colapso, Aava disse que estará à disposição do Executivo, com base em sua experiência, já que ela atuou como gestora do programa Passe Livre Estudantil do governo do Estado, de 2011 até 2018. “Participei de todas as etapas, tanto como em Goiânia e região metropolitana como na interiorização em Anápolis e Rio Verde, então quero ajudar a resolver o problema do transporte coletivo, que não é só de mobilidade, é de dignidade humana, de direitos humanos, e tantas outras áreas, inclusive da saúde pública em tempo de pandemia”, assegurou.

Outra estreante, a empreendedora Gabriela Rodart (DC), não só está como vereadora pela primeira vez na Câmara como foi a mais nova eleita na história da Casa. Com 24 anos, Rodart afirmou que é cristã e conservadora, e sobre seu trabalho no Legislativo, disse há várias prioridades que enxerga como principais: reparar os estragos causados pela atuação autoritária da secretaria de saúde, que estabeleceu protocolos e medidas, sem ouvir a população e os comerciantes, é uma delas. Para a vereadora, “a própria câmara se mostrou omissa durante a atuação insensata de Fátima Mrué”, secretaria da Saúde de Iris Rezende.

Gabriela também falou sobre o transporte. “O colapso no transporte coletivo é uma consequência da forma como a gestão lidou com a situação. Claro, que há outros fatores que fogem ao controle do Paço, visto que o prefeito não goza mais da mesma autonomia sobre o transporte público do município que tinha há alguns anos. Com certeza é difícil resolver os problemas estruturais de uma cidade como Goiânia, mas acredito que boa parte da solução passe por valorizar e facilitar a vida do empreendedor, além de fiscalizar o executivo de uma forma eficiente, sem perseguição e sem leniência”, pontuou.

A vereadora lembrou, também, que sua campanha foi a mais barata de todos os vereadores eleitos. “Não tive apadrinhados políticos ou financiamento de grandes empresários. Devo satisfação somente aos meus eleitores, então, meu compromisso na câmara será com a coerência e com a verdade. Logo, analisarei caso a caso os projetos do Paço. Sendo projetos que julgo importantes para o desenvolvimento de Goiânia, serei favorável. No entanto, farei oposição ferrenha a projetos que visem cercear a liberdade do cidadão ou implantar políticas que agridam a família”, concluiu.

 Já a vereadora reeleita Sabrina Garcez (PSD), de 31 anos, informou apenas que, “além do transporte, o desenvolvimento econômico e a saúde são áreas que devem ter prioridade imediata”. Outra reeleita, Leia Klebia (PSC) também não respondeu às mensagens e ligações até a publicação dessa matéria. Além disso, Klebia pode não assumir a vaga na Câmara, já que a legenda não cumpriu a cota mínima de 30% por gênero. O PSC, na época da eleição, tinha 41 candidatos, das quais 13 precisavam ser mulheres, mas só havia 12 candidatas. O prazo para resolver a situação é de 15 dias após a diplomação, que aconteceu no último dia 18 de dezembro. Ou seja, a data final é neste sábado (2). Procurada, a assessoria do Partido Social Cristão (PSC) não retornou até a publicação desta matéria.

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