Vitor Hugo vira ‘trend’ na internet por defender Daniel Silveira
Por 364 votos a 130, Câmara decidiu manter na prisão o deputado carioca, detido por ordem do STF após divulgar vídeo em que ataca com ofensas e ameaças ministros do tribunal | Foto: reprodução
Por: Carlos Nathan Sampaio
Nathan Sampaio
O deputado goiano Vitor Hugo (PSL) e líder do partido na Câmara se tornou ‘trend’ no Twitter – ficou entre os assuntos mais comentados da rede social – na noite dessa sexta-feira (19/02), após defender o parlamentar Daniel Silveira (PSL-RJ). Preso na última terça-feira (16) por ordem do STF, Silveira divulgou um vídeo em que ataca com ofensas e ameaças ministros do tribunal, além de defender o AI-5.
Em uma de suas falas, Vitor Hugo disse que “milhões e milhões” de brasileiros se sentiram “violentamente traídos” pela decisão do STF e que “a liberdade de ideias poderá ser colocada em risco a partir deste dia”. Ele afirmou que a prisão de Daniel é “flagrantemente inconstitucional” e chegou a chamar o período da ditadura de “governo forte”. Com isso, milhares de pessoas se posicionaram contra ou a favor das falas do parlamentar goiano.
Todo o “alvoroço” aconteceu, porque na data de hoje a Câmara dos Deputados decidiu manter a prisão de Daniel Silveira. Em sessão semipresencial no plenário da Câmara, deputados votaram pela manutenção da prisão do deputado carioca. Agora, além de processo no Conselho de Ética da Câmara que pode levar à cassação de seu mandato, Silveira ainda deverá ter de responder a uma ação no PSL que pode expulsá-lo do partido. O deputado também foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e é alvo de dois inquéritos no Supremo — um por atos antidemocráticos e outro por fake news.
Votação
Foram 364 votos a favor da manutenção da prisão, 130 contra e 3 abstenções. Dos goianos, votaram contra a prisão de Daniel apenas Vito Hugo e o deputado Francisco Jr (PSD). Célio Silveira (PSD) foi um dos que não votara. Depois de anunciar o resultado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a decisão deve mudar o comportamento de muitos deputados.
O placar superou em 107 votos o mínimo exigido para a aprovação do parecer da relatora, deputada Magda Mofatto (PP-GO), que recomendou manter preso o parlamentar — eram necessários pelo menos 257 votos (maioria absoluta; metade mais um) dos 513 deputados.
