Em maioria de votos, 2ª turma do STF declara que Moro foi parcial ao condenar Lula
A ministra Cármen Lúcia mudou o voto e justificou que novos elementos juntados ao processo permitiram uma nova análise sobre os fatos levantados pela defesa do ex-presidente | Foto: reprodução
Por: Carlos Nathan Sampaio
Da Redação
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal confirmou nesta terça-feira (23/03) a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso do triplex do Guarujá. Foram três votos a dois, onde o colegiado julgou procedente um habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Lula.
A análise do caso, retomada após pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, que se manifestou nesta terça contra o reconhecimento da suspeição, foi seguido pelos ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia. Gilmar Mendes, presidente da Turma, e Ricardo Lewandowski já haviam votado no dia 9 de março a favor do HC. Ao votar nesta terça em defesa de Moro, Kassio Nunes construiu maioria pela rejeição da suspeição.
Apesar disso, houve mudança de voto da ministra Cármen Lúcia, que em 2018, quando o julgamento foi iniciado, havia ido contra a suspeição de Moro. Na época, antes de virem à tona os diálogos entre Moro e a força-tarefa da Lava Jato, a ministra rejeitou os argumentos pela suspeição do ex-juiz.
Cármen afirmou que novos elementos juntados ao processo permitiram uma nova análise sobre os fatos levantados pela defesa do ex-presidente. “O que se põe é algo que, para mim, é basilar: todo mundo tem direito a um julgamento justo, incluindo a imparcialidade do julgador”, disse ainda a ministra.