Governadores assinam carta que repudia autoridades que incentivam motins

Documento foi assinado por 16 governadores, incluindo Ronaldo Caiado | Foto: Reprodução

Postado em: 29-03-2021 às 19h40
Por: Redação
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Documento foi assinado por 16 governadores, incluindo Ronaldo Caiado | Foto: Reprodução

O governador de Goiás, Ronaldo
Caiado (DEM), e outros 15 governadores assinaram carta em que denunciam a ação
de autoridades federais que seria responsáveis pelo estímulo de motins
policiais nos estados. No documento, os gestores pedem que sejam combatidas
ameaças “fake news”. A conclamação foi direcionada ao presidente da República
Jair Bolsonaro (sem partido), ao comando do Congresso Nacional (Presidências da
Câmara e Senado) e ainda o Supremo Tribunal Federal. O pedido é para que
providências sobre o assunto sejam tomadas.

A reclamação é que gestores
públicos estão espalhando mentiras sobre recursos financeiros que não foram
repassados aos estados, além do fomento de tentativas de cassação de mandatos.
Outro trecho da carta ainda indica a tentativa de manipular policiais contra a
ordem democrática, entre outros atos. “Enquanto isso, alguns agentes políticos
espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados, fomentam
tentativas de cassação de mandatos, tentam manipular policiais contra a ordem
democrática, entre outros atos absurdos”, destaca trecho do documento.

Ultimamente tem sido uma
constante o engajamento conjunto dos gestores estaduais. No dia 1º deste mês,
governadores responderam a uma postagem do presidente Jair Bolsonaro sobre
repasses do governo federal. Bolsonaro havia dito que faz a parte dele no
combate à pandemia de Covid-19, e publicou em redes sociais uma lista com
valores enviados pela União para cada estado em 2020. Os governadores disseram
na ocasião que os repasses são uma “obrigação constitucional” do
governo federal e que a parcela efetivamente enviada para a área de saúde foi
“absolutamente minoritária”.

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Assinam a carta os governadores
Rui Costa (Bahia), Flávio Dino (Maranhão), Helder Barbalho (Pará), Paulo Câmara
(Pernambuco), João Doria (São Paulo), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes
(Mato Grosso), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Camilo Santana (Ceará), João
Azevêdo (Paraíba), Renato Casagrande (Espírito Santo), Wellignton Dias (Piauí),
Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Belivaldo Chagas (Sergipe), Reinaldo
Azambuja (Mato Grosso do Sul) e Waldez Goés (Amapá).

Deputadas federais bolsonaristas como: Bia Kicis (PSL-SP),
presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e Carla Zambelli
(PSL-SP) vêm criticando governadores que determinam medidas restritivas para
tentar conter a explosão de casos de covid-19 e o colapso do sistema de saúde. “Estimular motins policiais, divulgar Fake
News, agredir Governadores e adversários políticos, são procedimentos
repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático”,
indica
outro trecho da carta.

Leia abaixo a íntegra do documento:

CARTA DOS
GOVERNADORES: QUEREMOS VERDADE E PAZ!

Os governadores
manifestam sua indignação em face da crescente onda de agressões e difusão de
Fake News que visam a criar instabilidade institucional nos Estados e no País.
Vivemos um período de emergência na saúde, e a vida de todos os brasileiros
está em grave risco.

Os governadores,
juntamente com os servidores públicos e profissionais do setor privado, estão
lutando muito para garantir atendimento de saúde e apoio social à população.
Enquanto isso, alguns agentes políticos espalham mentiras sobre dinheiro jamais
repassado aos estados, fomentam tentativas de cassação de mandatos, tentam
manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos.

Registramos
especialmente o nosso protesto quando são autoridades federais, inclusive do
Congresso Nacional, que violam os princípios da lealdade federativa.
Conclamamos o Presidente da República, os Presidentes da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, bem como o Presidente do Supremo Tribunal Federal, para que
adotem todas as providências de modo a coibir tais atos ilegais e imorais.

Os Estados e todos os
agentes públicos precisam de paz para prosseguir com o seu trabalho, salvando
vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar Fake News, agredir
Governadores e adversários políticos, são procedimentos repugnantes, que não
podem prosperar em um país livre e democrático.

Finalmente,
sublinhamos a nossa gratidão a todos os servidores públicos e profissionais que
têm atuado incessantemente para vencermos a pandemia. Merecem especial destaque
as forças policiais, que têm a nossa solidariedade e apoio em relação a
reivindicações justas quanto à vacinação, pleito em análise no âmbito do
Ministério da Saúde pela Comissão Intergestores Tripartite – CIT.

Samuel Straioto (Especial Para O Hoje)

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