Bolsonaro perde queda de braço com Centrão

Presidente cede a aperto de aliados e faz troca em seis ministérios. | Foto: Reprodução

Postado em: 30-03-2021 às 09h35
Por: Pedro Jordan
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Presidente cede a aperto de aliados e faz troca em seis ministérios. | Foto: Reprodução

Pedro Jordan

Uma debandada geral tomou conta
do Palácio do Planalto após a pressão do Centrão sobre Jair Bolsonaro (Sem
Partido) em relação aos cargos dos ministérios do governo, no total, houveram
trocas em seis pastas. A Casa Civil era ocupada pelo general Walter Braga
Netto, que vai para o Ministério da Defesa, e entra Luiz Eduardo Ramos.

O general Fernandes de Azevedo e
Silva surpreendeu a todos, principalmente a alta cúpula do exército e pediu
demissão da pasta do Ministério da Defesa. Em seu lugar entra outro general, o Walter
Souza Braga Netto.

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Nas Relações Exteriores, Ernesto
Araujo tornou sua estadia no governo insustentável, após queda de braço com
forças políticas dentro do congresso, era um defensor da ala ideológica de
Jair. Entra o até então embaixador Carlos Alberto Franco.

André Luiz de Almeida Mendonça
sai do Ministério de Justiça e Segurança Pública, que também já foi ocupada
pelo ex-juiz Sérgio Moro, e vai para a Advocacia-Geral da união, cargo que ele
ocupou no começo do governo entre 2019 e 2020. Agora quem ocupa a Justiça e
Segurança Pública é Anderson Gustavo Torres, que é delegado da Polícia Federal.

Prêmio de Consolação ao Centro

A deputada Flávia Arruda (PL-DF)
substitui o general Luiz Eduardo Ramos na secretaria de governo do planalto, a
manobra claramente é um lobby com a bancada do centrão na Câmara dos Deputados.
Esta pasta é responsável pela articulação política, e como a parlamentar é
presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), ela pode ajudar no equilíbrio dentro
dos poderes.

Flávia é esposa do ex governador
do Distrito Federal José Roberto Arruda (2001/2010), que já foi preso e
afastado do cargo por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por formação
de quadrilha e corrupção. Ele foi condenado nas investigações do chamado “Mensalão
do DEM”, que era um suposto esquema de corrupção com desvio de dinheiro e
pagamento de propinas.

A indicação da parlamentar é
avaliada dentro do congresso como uma maneira de tentar estancar uma ferida que
ficou na relação em relação ao Ministério da Saúde, pois Jair Bolsonaro
contrariou o Centrão que por meio do presidente da Câmara, Arthur Lira (DEM),
havia pedido que a pasta fosse assumida pela médica goiana Ludhmila Hajjar.

 

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