Há espera de um novo cenário político para os jovens

Vereador e candidatos à câmara de Goiânia, nas eleições de 2020, comentam sobre assunto | Foto: reprodução

Postado em: 01-04-2021 às 19h50
Por: Redação
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Vereador e candidatos à câmara de Goiânia, nas eleições de 2020, comentam sobre assunto | Foto: reprodução

Em especial para O Hoje, o vereador Lucas Kitão (PSL) e os candidatos a vereadores nas eleições de 2020, Letícia Scalabrini (UP) e Mateus Ferreira (PT) falam sobre suas trajetórias e inspirações para a ascensão da juventude na política em Goiás.

Lucas Kitão foi eleito pelo Partido Social Liberal com 4.743 para vereador de Goiânia nas eleições do ano passado. Com 30 anos, ele conta que suas inspirações vão do diálogo e equilíbrio de Gandhi até seu amigo de infância mais próximo, Lucas Kalil, que é deputado estadual de Goiás. Lucas conta que seus primeiros passos políticos foram dentro dos Grêmios e Movimentos Estudantis que seguem até sua posição hoje como parlamentar.

Letícia Scalabrini se candidatou para vereadora em Goiânia nas eleições de 2020, mas não conseguiu pleitear a vaga. Entretanto, aos 22 anos, ela conquistou 686 pela Unidade Popular, último partido a ser legalizado no país. Os passos de Letícia rumo a política iniciaram no ensino médio com a inspiração de uma professora e de sua tia sindicalista. Seguindo, na Universidade, conheceu o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a UP, onde realizou formações políticas e análise de conjuntura com uma visão mais popular. Hoje, ela conta que segue com mais referências, como Olga Benário e Manoel Lisboa. E no horizonte, ainda segue com a luta pelo poder popular e o socialismo.

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Mateus Ferreira, também foi um dos candidatos que não conquistou a vaga de vereador em 2020, mas seguiu sua campanha coletiva e popular por Goiânia. Concorrendo pelo Partido dos Trabalhadores, recebeu 913 votos. As inspirações de Mateus saem da análise sobre a desigualdade social. Para ele, a extrema falta para alguns e o excesso extremo para outros é algo que o instigou a seguir pelo caminho da política. Levando como um eixo de ascensão social, Mateus leva a educação como principal eixo dentro dessa caminhada. O horizonte, segundo ele, é que tenha um modelo de país em que as pessoas possam viver bem.

Ao serem perguntados sobre a presença de corpos jovens na política e sobre a articulação para isto, os entrevistados concordaram, com cada especificidade, sobre a necessidade de se trabalhar esse ponto. Segundo Mateus, desde 2016 há um aparecimento de novos rostos na política. Ele especifica que o número tem relação com pessoas que já não tem histórico político familiar, que passam a integrar a política, de forma democrática.

De acordo com Letícia, é necessário construir uma política que represente os interesses dos diversos grupos sociais. Segundo ela, para isto, é preciso acabar com a ideia de que política é feita apenas para homens, velhos, brancos e experientes. Um fato que Mateus também colocou, sobre a representação parlamentar ser composto em maioria pelos empresários caracterizados por Letícia.

Segundo o vereador Lucas Kitão, sobre a ascensão de jovens, é preciso transmitir sobre a oportunidade de ingressar nesse caminho, principalmente, com coletividade e comprometimento. De acordo com ele, a política tem prazo de validade. Se passa, deixa o legado e abre oportunidade para novas gerações. 

Em relação à participação de jovens nas últimas eleições de Goiânia, Lucas observa sobre os nomes para a vaga de prefeito, de acordo com ele, todos os nomes eram conhecidos na política tradicional. O vereador conta que está em trabalho para que a geração chegue a cargos de altos postos, pois para ele, o cenário ideal seria jovens concorrendo a cargos executivos. 

Letícia considera que não se pode considerar um avanço. De acordo com ela, apesar das candidaturas jovens que foram eleitas em Goiânia, ainda não há representação das pautas progressistas. Apenas a uma visão de continuidade da velha política, do conservadorismo e até da anti-democracia. Para ela, ainda é um município conservador, retrógrado e dominado pelas elites ruralistas e empresariais. Na mesma linha, Mateus, não desconsidera a presença de rostos novos, mas ainda a presença de frutos das elites. Para ele, é preciso mais lideranças populares e de atuação social, com mandatos conectados com movimentos sociais e entidades civis. 

Com isso, podemos imaginar que a Política tem visto pelas suas estradas novos corpos caminhando. Muitos deles se apresentam a ela como uma mudança, mas ainda se movimentam como personagens passados, que ela já não quer mais. Apesar disto, a Política ainda olha pro horizonte e vê esperanças, ela sentiu que ainda há quem caminhe por ela pensando em novas mudanças, mas será que aqueles com todo o seu poder e dinheiro permitirão?

 

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