Deputados Goiânos são investigados por gastos excessivos em abastecimento de combustível

Pedro Jordan

Segundo
uma investigação realizada pelo Observatório Politico Socioambiental OBS, que foi
veiculada em uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, no último
domingo, 18, diversos deputados mostram discrepância no ressarcimento e gasto
com abastecimento. Na matéria, são citados dois parlamentares do estado de
Goiás, são eles Francisco Júnior (PSD) e Professor Alcides (PP).

Segundo
Lúcio Big, fundador do OBS, o deputado gasta e pede o ressarcimento das despesas para cobrir seu mandato, e ele reforça que só em combustíveis foram destinados
27 milhões.

Ele
reforça que não é ilegal esse tipo de operação, que a maioria dos parlamentares
fazem de forma regular, mas que os dados do relatório deles mostram que alguns
dos deputados estão cometendo possíveis irregularidades. “Há certos gastos que
estão de maneira no mínimo curiosa, com notas sem registro, valores e
abastecimentos discrepantes com a realidade”, afirma.

De
acordo com as informações do OBS, Francisco Júnior apresentou uma nota a Câmara
dos deputados com abastecimento de mais de 615 litros, no valor de mais de dois
mil reais, muito superior a capacidade máxima de um tanque de qualquer carro.

Essa
nota foi referente há um único abastecimento. Francisco Júnior se defende
dizendo que que a nota de 615 litros sem registro afirma que segue as regras e que
coloca tudo no sistema, e reforça que esse reabastecimento do caso não foi em
um único veículo.

“A
verdade é que o posto de combustível cometeu um erro e reuniu todos os
abastecimentos que fizemos no período de 15 dias em uma única nota fiscal.
Neste caso específico foram 14 abastecimentos, e temos como comprovar cada um
deles, com as requisições de cada abastecimento que foi feito”, afirmou o
parlamentar.

Já
sobre o Alcides, durante 23 meses ele pediu e recebeu o reembolso de 17, cada
um de seis mil reais. Ele fez todos esses reabastecimentos no mesmo posto, e
chegou a fazer 211 vezes no mesmo dia.

O
proprietário do posto não quis dar satisfação se de fato há essa operação ou
não. Alcides alegou que gasta muito mais e só faz o gasto até o teto deste tipo
de operação.

O
deputado ainda justificou que seu trabalho social foi intensificado e
distribuiu diversas cestas básicas, compradas com dinheiro próprio, em cidades
e acampamentos do estado de Goiás, e afirmou: “não dá para discutir se o
combustível foi gasto para distribuição de cestas básicas para quem estava
passando fome”. “Como deputado não posso me omitir à crise sanitária e
econômica e às necessidades das pessoas, por isso ajudo a quem posso e não
gasto o dinheiro do povo em vão. Sou deputado para quê?”, indagou.

No
total, estes e outros deputados apresentaram cerca de três mil notas fiscais de
reembolso. O relatório foi encaminhado ao Tribunal de Contas da União e a
Câmara para que seja investigado.