Morre, no Rio de Janeiro, crítico de cinema José Carlos Avellar, aos 79

Além de crítico, José Carlos também foi autor de livros, produtor de longas metragens e gestor público

Postado em: 19-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Além de crítico, José Carlos também foi autor de livros, produtor de longas metragens e gestor público

Autor de livros como O Chão da Palavra (2007), sobre cinema e literatura no Brasil, e A Pon­te Clandestina (1995), que aborda teorias de cinema na América Latina, José Carlos Avellar era o responsável pela programação audiovisual do Instituto Moreira Salles (IMS), que, em nota, lamentou a morte dele, ocorrida ontem, no Rio de Janeiro, aos 79 anos. Ele estava em tratamento contra um câncer. A nota do IMS diz o seguinte:

“Seus amigos e admiradores ressaltam uma característica fundamental do crítico: sua memória. Avellar era capaz de rememorar cenas específicas, descrevendo em detalhes um singelo plano de um filme assistido décadas atrás. Seus artigos e ensaios exibiam um vasto conhecimento da produção mundial e da história do cinema, e articulavam a difícil relação entre a sétima arte e outros campos de conhecimento, como a psicanálise”.

Nascido em 1936, no Rio, Avellar começou a escrever críticas de cinema no Jornal do Brasil, onde trabalhou durante duas décadas. A maneira com que analisava filmes lhe assegurou projeção internacional. Seus textos e artigos foram usados em catálogos de festivais importantes, como o de Locarno, na Suíça. Além disso, foi consultor da Berlinale e dos festivais de San Sebastián, na Espanha, e de Montreal, no Canadá. Em dezembro de 2006, foi condecorado pelo governo francês com o Chevalier des Arts et Lettres, láurea concedida em reconhecimen­to às contribuições para a arte.

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Como gestor público, chegou a comandar a Cinemateca do MAM e foi vice-presidente da Associação Internacional dos Críticos de Cinema (Fipresci), além de curador do Festival de Gramado, entre 2006 e 2011. 

“ Ele tem uma importância singular não só por ter passado por várias instituições, como cinematecas, mas, principalmente, por ter estimulado a reflexão cinematográfica”, diz Irene Ferraz, diretora da Escola de Cinema Darcy Ribeiro.  “Ajudou a levar o Brasil para o mundo, vendo e apontando filmes para festivais internacionais. Quantas janelas ele abriu para o Brasil!”. (Agência O Globo) 

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