Gatos também sofrem de fobia

A médica veterinária Ludmilla Malta elucida sobre como lidar com os medos e fobias dos felinos.

Postado em: 14-07-2016 às 06h00
Por: Redação
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A médica veterinária Ludmilla Malta elucida sobre como lidar com os medos e fobias dos felinos.

Por Elisama
Ximenes

Vídeos
de gatos são moda na internet. São fofos, engraçados e os dois ao mesmo tempo.
Há um tempo, um vídeo, que viralizou, apresentava uma compilação de vídeos de
gatinhos que se assustavam com um pepino. A publicação foi compartilhada em
todos os grupos de memes possíveis e teve dono de gato que até testou com seu
bichinho. O fato que talvez tenha provocado as risadas e popularidade do vídeo
é o possível medo inusitado dos felinos. Quem tem gato em casa sabe, no
entanto, que os medos e fobias nos animais são mais comuns do que se pensa e
variados, também.

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“Os
gatos podem apresentar medos ou fobias a situações, pessoas, sons ou até
objetos novos e inesperados”, explica a médica veterinária Ludmilla Malta,
especialista no atendimento a felinos. Daí dá pra entender porque quando você
liga o aspirador de pó ou o secador de cabelo, o bichinho sai correndo ou
procura logo por um esconderijo. A possibilidade de ser inesperado talvez
explique, também, o porquê do medo de pepinos. Com relação a situações, podemos
citar o medo de ir ao veterinário e a todas as coisas que estejam relacionadas
à ida ao consultório.

Existe,
no entanto, uma diferença entre medos e fobias. Para perceber quando o seu
felino está com uma coisa ou outra, basta perceber o tipo de reação. A
veterinária Ludmilla explica que “quando o felino apresenta fobia, geralmente,
se demonstra mais agressivo, demonstrando não estar suportando a situação ou a
presença de determinada pessoa ou objeto”. Com relação ao medo, a diferença é
que a última sensação pode ser suportável ao animal. “O gato demonstra apenas
um desconforto quando os objetos de medo estão presentes”, esclareceu a
veterinária. No geral, a fobia é um agravo do medo, conforme explicou a
especialista.

A
médica veterinária aponta as maneiras de lidar ou enfrentar os medos e fobias
nos gatos. No caso de coisas que não farão parte do cotidiano do animal, a especialista
recomenda que se evite o contato dos bichanos com os objetos, situações ou
pessoas. Já no caso em que o fator provocador não pode ser evitado na vida do
gato, ela indique que se trabalhe na diminuição desse medo. “Tudo deve ser
feito com muito carinho e paciência, usando reforços positivos para o animal e
nunca violência ou castigo”, reforça.

Para
lidar com a agressividade dos felinos, Ludmilla Malta indica: “É preciso estar
sempre atento à postura corporal do felino, que nos indica se ele está
demonstrando medo ou pavor ou se ele já está preparado para o ataque”. Ainda
segundo a especialista, os sinais dessa agressividade estão relacionados à
postura corporal, posição de orelha e olhos. “Um gato com medo se apresentará
com o cormo abaixado em uma postura defensiva, orelhas para traz e pode ou não
apresentar pupilas dilatadas”, conta. Ela explica ainda que, na medida em que o
medo aumenta, essa postura corporal pode se agravar. É importante saber
reconhecer os sinais para evitar possíveis acidentes.

Um
método de fazer os bichos se acostumarem com o que lhes causa medo ou fobia é a
dessensibilização. A técnica consiste em desconstruir o que causa a repulsa com
a inserção de elementos prazerosos, acompanhando o ritmo do animal. Segundo
Ludmilla Malta, “a dessensibilização é uma técnica usada para tentar tornar
determinadas situações, que provocam fobia no felino mais suportáveis e até
mesmo agradáveis para o gato”. O meio de se fazer isso é oferecendo “reforços
positivos ao gato para treiná-lo a aceitar determina situação”, explica. Como
exemplo, ela cita a adaptação da caixa de transporte – quando o medo estiver
relacionado a isso – para um ambiente confortável. Mas ela reforça que a
dessensibilização nunca deve ser feita sem o apoio do veterinário. “Um manejo
errado pode agravar o caso”, finaliza. 

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