Quinta-feira, 28 de março de 2024

Jovens desafiam pandemia e insistem em aglomerar

Para especialista, a influência social é um dos fatores que pode contribuir para a falta de consciência da juventude.

Postado em: 08-05-2021 às 08h35
Por: Maiara Dal Bosco
Imagem Ilustrando a Notícia: Jovens desafiam pandemia e insistem em aglomerar
Para especialista, a influência social é um dos fatores que pode contribuir para a falta de consciência da juventude | Foto: Reprodução

Mesmo um ano após o início da pandemia, os finais de semana seguem sendo de muito trabalho para as equipes da Central de Fiscalização Covid-19, em Goiânia. Exemplo disso é que desde o último dia 30, equipes da prefeitura seguiram flagrando festas clandestinas em chácaras, boates e aglomerações em bares da Capital, em que a presença, reincidência e o comportamento dos jovens tem chamado a atenção.

Um destes flagrantes aconteceu em uma boate no Setor Marista, que chegou a ser fechada com 500 participantes, sendo que, o funcionamento de boates, danceterias, casas noturnas e de shows continua proibido na Capital. Também no Marista, um bar foi autuado por produzir música ao vivo sem autorização, além de intimação fiscal da Vigilância Sanitária por desrespeito aos protocolos sanitários.

No Parque Bom Jesus, festa com som automotivo foi encerrada por aglomerar 172 pessoas, a maioria jovens e sem máscaras, resultando, ao organizador, autuações pelas três áreas da Central. “As equipes de Fiscalização, flagram profundo desrespeito às determinações municipais e, consequentemente, à vida. Sem essa cooperação não conseguimos vencer a pandemia, precisamos pensar no outro, naqueles que estão retomando as atividades com responsabilidade”, afirma Jadison Tavares, coordenador da Central de Fiscalização.

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Fatores

Segundo o psicólogo e professor do Curso de Psicologia da Unialfa, Guilherme Nogueira, existem alguns fatores que podem levar os jovens a imaturidade relacional e social. “Os jovens de hoje em dia são muito preservados e cuidadosos nas suas relações familiares. Em virtude disso, não conhecem e nem percebem os perigos que fazem parte da vida. Em consequência disso, a pessoa cresce sem entender que a vida tem muitos perigos e não se tornam muito conscientes, e isso reflete também neste período da pandemia, onde as pessoas continuam se submetendo a situações de riscos e não percebem que essas atitudes trazem consequências para elas e para toda a comunidade em geral”, afirma.

Guilherme acredita ainda que, devido à Covid-19 ser uma doença com ciclos, onde cada organismo reage de uma forma, não há uma linearidade de pensamento, o que dificulta a compreensão sobre seus riscos por parte da população adolescente ou mais jovem.

“Muitas pessoas ficam em uma posição de fraqueza quando estão sozinhos, elas não estão acostumadas a lidar com a solidão e por isso querem ter contato com o próximo. A influência social também pode contribuir para a falta de consciência da juventude. Nesse sentido, muitos jovens acabam acompanhando os amigos para não se sentirem excluídos de seus ciclos de amizade. Todas essas questões podem levar a juventude a aglomerar, mesmo com um ano de pandemia”, explica o professor do curso de Psicologia da Unialfa.

Imaturidade

Para o psicólogo, esta conduta dos jovens é um jeito egoísta no período em que estamos vivendo. “Não julgo como se fosse uma pessoa que quisesse destruir a humanidade, mas sim, como um ser humano extremamente imaturo que queira cuidar dos seus próprios desejos sem perceber que suas atitudes estão sendo autodestrutivas e afetam também, toda a sociedade”, finaliza.

Em Goiás, a Covid-19 já contaminou 563.913 pessoas. Destas, 15.467 são vítimas fatais da doença. Do total de contaminados, 139.758 pessoas têm idade entre 15 a 29 anos. Destes, 236 são óbitos confirmados pela doença, segundo números oficiais da Secretaria Estadual de Saúde. (Especial para O Hoje)

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