Dia das Mães: Conheça histórias de goianas que tiveram filhos em plena pandemia da Covid-19

Veja como a Ádila, mãe do Heitor, e outras mulheres, tiveram que enfrentar a crise sanitária e o isolamento social para trazer ao mundo mais vidas

Postado em: 09-05-2021 às 08h10
Por: Nielton Soares
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Veja como a Ádila, mãe do Heitor, e outras mulheres, tiveram que enfrentar a crise sanitária e o isolamento social para trazer ao mundo mais vidas |Foto: Arquivo Pessoal

Laura Rezende, de 29 anos, Ádila de Souza, 31 anos, e Lilian Rodrigues, 32 anos, em plena pandemia do novo Coronavírus no Brasil realizaram o sonho da maioria das mulheres: serem mães. Isto é, proporcionaram ao mundo a chegada de vidas, em um momento de incertezas, isolamento social e notícias ruins de contaminações por um vírus desconhecido e de muitas mortes.

Casada há 7 anos, Laura e o esposo decidiram no final de 2019 que teriam um filho em 2020, período em que o novo Coronavírus ainda era algo distante, em uma cidade até então desconhecida da China. O casal deu início ao acompanhamento pré-gestacional e quando a doença já começa a avançar por vários continentes, eles até cogitaram em adiar a gestação.

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 Laura e o esposo planejaram a gestação de Luiza e pensaram até em desistir por causa da pandemia | Foto: Arquivo Pessoal

“Mas decidimos manter os planos por ser o nosso maior sonho. Eu engravidei em julho de 2020, por conta da pandemia quase ninguém pode acompanhar minha gestação de perto, muitas pessoas da família só me viram grávida por foto ou vídeo”, relembra Laura, ao ter que enfrentar um período de isolamento das outras pessoas.

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“Isso foi bem difícil, porque queríamos que toda a família pudesse acompanhar de perto, mas seguimos o isolamento social o mais rígido possível para não ter nenhuma complicação com a nenê”, conta Laura.

Nesse período, o casal Ádila e Thiago também tiveram que mudar todo o planejamento, não por opção, mas pelas circunstâncias. “Já foi difícil mesmo antes de ter o Heitor. Eu tive muita dificuldade para fazer o acompanhamento do pré-natal, porque eles estavam atendendo somente emergência de pessoas que estavam com suspeita da Covid e eu estava tendo acompanhamento com a obstetra. E devido ao decreto teve que suspender o meu pré-natal. Eu estava na época com diabete e risco de ter pré-eclâmpsia”, lembra Ádila, quando houve o fechamento de todas as atividades no estado, sendo permitida apenas os serviços essenciais.

Ádila conta que houve muitas dificuldades até para marcar o parto, pois precisava ser realizado por causa dos problemas de saúde dela. “Até que tive que pedir ajuda à imprensa, para o plano de saúde manter as consultas de pré-natal, foi quando consegui marcar uma consulta e um encaminhamento para passar por uma endocrinologista para tratar da diabete”, narrou. Além disso, ficava com insegurança em relação ao vírus. “A minha doutora disse que não sabia quais eram os efeitos da Covid na gravidez. Como estava ainda no início. Ainda mais eu que era uma gestação de alto risco”, acrescentou.

Após muitos percalços com o plano de saúde e com o tratamento da diabete, que aumentou bastante, foi necessário marcar o parto, com apenas o acompanhamento do esposo. “No dia que eu fui ter o Heitor não pôde ter visita. Eles autorizaram apenas o Thiago, por ser o meu marido, só ele que pode ir, mas todo equipado”, relata.

Gravidez com Covid 

Também no ano passado, em março, logo no início da pandemia, Lilian descobriu que estava grávida. “Era meu segundo filho, porém não estava programado e demorei a fazer a primeira consulta com um obstetra e, assim, fazer o primeiro ultrassom, por receio de me contaminar com a Covid”, comenta, ao suspeitar que havia pego o vírus, por apresentar sintomas, como não sentir cheiro. Ao fazer o teste, recebeu o resultado de falso negativo. “Meu obstetra me acalmou o quanto pôde, dizendo que até aquele momento não tinham indícios que a Covid passava para a placenta”, relembra, sendo necessário se distanciar dos pais, que seguiam ajudando-a na alimentação e com o filho, que estava com 2 anos. Além do apoio incondicional do marido.

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A família de Lilian, mãe do Pedro, que enfrentou a gravidez com Covid-19 | Foto: Arquivo Pessoal

Ao superar esse momento, Lilian realizou o pré-natal na maternidade pública Dona Íris, com acompanhamento apenas de um obstetra e uma irmã que é doula. Foi lá também que ela decidiu fazer o parto normal. “Um mês antes do nascimento do Pedro liberaram a presença de um acompanhante. Minha irmã, que é doula, desde o início da pandemia tinha uma liminar, permitindo o trabalho dela nas maternidades públicas”, cita.

Após dar à luz, o momento de alegria não foi completo, pois ela esperava – assim como Laura, Ádila e todas as mamães – celebrar a nova vida. “Eu queria a festa, como tivemos quando meu primeiro filho nasceu. Queria a família junto, mas não pude ter. Nos contentamos apenas com as chamadas de vídeo para apresentar o Pedro e matar a saudade de todos”, finaliza.    

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