Grupo MEIO apresenta ao público a série de vídeos ‘Matérias Movediças’

Grupo MEIO discute limites do corpo em performance que dialoga entre dança, artes visuais e a cidade | Foto: Reprodução

Postado em: 20-05-2021 às 08h33
Por: Redação
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Grupo MEIO discute limites do corpo em performance que dialoga entre dança, artes visuais e a cidade | Foto: Reprodução

A partir desta quinta-feira (20), o Grupo MEIO apresenta ao público a série de vídeos ‘Matérias Movediças’, uma ação acoplamento, que faz parte do projeto ‘Corpos-paisagens: corpos que atravessam os fluxos da cidade. Composta por quatro episódios, a ação parte de quatro marcos históricos: (Parque da Independência, Estação da Luz, Pátio do Colégio e Biblioteca Mário de Andrade) e questiona os limites do corpo numa ação de dança e como esses locais impactam e reverberam nos corpos e memórias dos quatro artistas do grupo.

Formado pelos artistas Carolina Canteli, Everton Ferreira, Iolanda Sinatra, Lucas Reitano e Maria Basulto, todos oriundos da UNICAMP, o Grupo MEIO tem uma pesquisa que questiona muito o limite do movimento na dança. O que pode ser considerado corpo? Quem é o protagonista numa ação coreográfica? Eles buscam o movimento não só no artista presente em cena, mas também no ambiente e seu entorno. “Tudo é corpo. Prédios, objetos, pessoas que passam… nosso objetivo é investigar essa relação entre diversos corpos e expandir isso para uma noção coreográfica”, explica Carolina Canteli.

A ideia é questionar a hierarquização do corpo humano em cena. Por que ele sempre precisa ser o protagonista? E por que quando falamos de paisagem, excluímos o sujeito? A pesquisa do grupo trabalha na fricção desses dois conceitos, expandindo o fazer cênico. No caso de ‘Matérias Movediças’, edição, câmera, além de outros limites que eles já exploraram, também são movimento.

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Conceito, paisagem e corpo

Pensado originalmente para ser uma performance ao vivo, assim como muitos trabalhos nesses últimos 14 meses, o projeto teve que ser adaptado para o vídeo. Os quatro artistas se dividiram e, cada um pesquisou sobre um dos quatro marcos históricos abordados no projeto, escolhendo o que mais se relacionava com as suas memórias, repertório ou história. Com base nessa relação, cada um levou o conceito de corpo-paisagem para a sua composição e explorou isso de uma maneira diferente, trazendo essa confluência de temas.

Isso rendeu aos quatro vídeos da série estilos bem diferentes. Em alguns, o marco histórico aparece por meio de imagens inseridas numa fenda. Em outro, ele surge por meio de objetos, no estudo literal do seu significado ou na memória de um corpo negro e toda a representação que ele traz. O grupo traduz a intervenção urbana em corpos-paisagens virtuais, movendo a fronteira do espaço público e os encontrando dentro de casa.

Para Everton Ferreira, o Parque da Independência é retratado a partir da controversa história ali colocada em forma de monumento, seja pela ausência de homenagens aos corpos negros que navegaram por mares incertos e ainda assim edificaram cidades, mas que não tem seus nomes e seus bustos ali representados. Já na Estação da Luz, Maria Basulto questiona se o local não poderia ir além da função de servir ao transporte às multidões, mas ser também uma estação para viajar pela luz diante da escuridão.

O Pátio do Colégio vem em cena por meio de suas manifestações coletivas, seja pelos corpos ocupando aquele espaço em carnavais passados ou pelos corpos que ali estão, atualmente, sem moradia no vídeo que traz Iolanda Sinatra. E quanto à Biblioteca Mário de Andrade, Carolina Canteli encontra o espaço em cada empilhamento de prédio e de livros da cidade, a cada janela de vidro que deixa entrar a luz e a cada palavra num livro. Entre a paisagem de sua janela e o próprio entorno da Biblioteca, move-se por ideias, cores e palavras. (Especial para O Hoje)

SERVIÇO

‘Matérias Movediças’ – Vídeo

Quando: quinta-feira (20), às 20h

Onde: YouTube (grupo meio)

Legenda: Projeto artístico questiona muito o limite do movimento na dança

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