Quinta-feira, 28 de março de 2024

Pazuello negociou Coronavac com intermediário pelo triplo do preço, diz jornal

Em gravação obtida pela Folha de S.Paulo, ex-ministro da saúde relata resumo de um encontro com intermediários.

Postado em: 16-07-2021 às 14h25
Por: Luan Monteiro
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Em gravação obtida pela Folha de S.Paulo, ex-ministro da saúde relata resumo de um encontro com intermediários | Foto: Reprodução

O ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, prometeu a um grupo de intermediários a compra de 30 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pelo laboratório Chinês Sinovac, por quase o triplo do preço negociado pelo Instituto Butantan, produtor da vacina no Brasil. As informações são da Folha de S.Paulo.

Segundo informações do jornal, o ex-ministro aparece em uma reunião fora da agenda dentro do ministério no dia 11 de março deste ano. No vídeo, Pazuello está ao lado de quatro pessoas que representariam a World Brands, uma empresa de Santa Catarina que trabalha com comércio exterior.

“Nós estamos aqui reunidos no Ministério da Saúde, recebendo comitiva liderada pelo John. Uma comitiva que veio tratar da possibilidade de nós comprarmos 30 milhões de doses, numa compra direta com o governo chinês. E já abre também uma nova possibilidade de termos mais doses e mais laboratórios. Vamos tratar na semana que vem. Mas saímos daqui hoje já com memorando de entendimento assinado e com o compromisso do ministério de celebrar, no mais curto prazo, o contrato”, afirmou Pazuello no vídeo após a reunião.

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A Folha também obteve a proposta feita pela World Brands. Nela, a intermediária oferece as 30 milhões de doses do imunizante a U$ 28 por dose, com depósito de metade do valor da compra (R$ 4,5 bilhões na cotação da época), dois dias após a assinatura do contrato.

Na época, o governo federal já havia anunciado a compra de 100 milhões de doses do imunizante produzidos pelo Instituto Butantan a U$ 10 por dose. A demissão de Pazuello ocorreu apenas quatro dias após a reunião, em 15 de março.

A proposta da empresa é datada do dia 10 de março, véspera da então reunião com Pazuello. Segundo dois auxiliares do ex-ministro e um dos empresários que acompanharam a conversa, a oferta só chegou à pasta no dia do encontro.

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