O cantor, compositor e músico Djavan recebe o Prêmio UBC

Uma curiosidade sobre Djavan, desde muito novo ele jogava futebol profissional e chegou a integrar um grande time de Maceió

Postado em: 27-08-2021 às 09h27
Por: Lanna Oliveira
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Uma curiosidade sobre Djavan, desde muito novo ele jogava futebol profissional e chegou a integrar um grande time de Maceió | Foto: Reprodução

Fundada em 1942, a União Brasileira de Compositores (UBC) homenageia anualmente desde 2017 compositores brasileiros por meio do Prêmio UBC. O primeiro vencedor do prêmio foi Gilberto Gil, Erasmo Carlos foi o homenageado em 2018, Milton Nascimento em 2019 e Herbert Vianna em 2020. Anunciada para dia 7 de outubro, a edição de 2021 entrega a honraria para o cantor e compositor Djavan. O alagoano conta com mais de 300 músicas registradas e exerce grande influência na música nacional.

Com o intuito de reverenciar o conjunto de sua obra, o Prêmio UBC prepara apresentações ao vivo de dez estrelas da música brasileira, que interpretarão versões inéditas de canções de Djavan. Com direção musical de Zé Ricardo, a cerimônia será gravada diretamente na Casa UBC, no Rio de Janeiro. Sem perder a essência da premiação, eles celebram a vida e os grandes sucessos de sua carreira. O line-up formado por diferentes gerações da nossa música tem os nomes guardados a sete chaves e será surpresa até para o homenageado.

Vencedor de dois troféus do Grammy Latino, na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa, Djavan está no topo do ranking dos maiores rendimentos no segmento de Música ao Vivo, entre todos os compositores brasileiros. Ao mesclar pop, jazz, MPB, blues e sonoridades africanas, ele fez da versatilidade a sua marca. O resultado das canções ecléticas do artista, que aprendeu a tocar violão sozinho, são, em grande maioria, músicas sobre a beleza e a vibração da natureza, do amanhecer ao pôr do sol.

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O homenageado tem entre seus admiradores ex-premiados. “Quem foi que disse que um artista não é fã do outro?”, diz Erasmo Carlos. “Sua poesia única, cheia de nuances pessoais e improvisos geniais, me fazem refletir sobre a beleza e a natureza do amor de um jeito que eu pareço sair de mim e me esbaldar no imaginário das coisas boas e no encantamento prazeroso da vida”, termina. “Djavan é um artista capaz de transitar por vários estilos musicais e jamais deixar de ser o maravilhoso Djavan”, completou o diretor presidente da UBC, Paulo Sérgio Valle.

A essência de um compositor

O Prêmio UBC contempla compositores pelo conjunto da obra autoral. E poucos compositores no Brasil têm obra de assinatura tão original e requintada como Djavan. Ele entrou em cena na primeira metade da década de 1970, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Djavan é filho da geração da MPB que surgiu ao longo dos anos 1960. Projetado nacionalmente quando defendeu o samba autoral ‘Fato consumado’ no Festival Abertura em 1975, logo se impôs como compositor pela habilidade em transitar por diversos gêneros musicais e com um suingue singular.

Com harmonias sofisticadas, a obra de Djavan sempre segue por inusitados caminhos melódicos sem deixar de fazer seu papel popular que garantiu ao artista um lugar entre os compositores mais cantados do Brasil. Um mérito que deve-se a poucos artistas, conceber uma obra tão requintada e que tenha se tornado uma das trilhas sonoras preferenciais dos barzinhos e das rodinhas de violão. Essa ambiguidade realça o talento que já é escancarado a muito tempo, assim tem sido e assim será.

Djavan Caetano Viana por batismo, é filho de uma mãe negra chamada Virginia e de um pai branco que trabalhava como ambulante. Desde muito jovem ele dividia seu tempo entre sua habilidade no futebol e sua paixão pela música. Assim, com 23 anos, escolheu a música como seu caminho e se mudou para o Rio de Janeiro. Começou sua jornada cantando trilhas das novelas mais famosas da TV Globo, mas sem deixar seu tino para a composição de lado. O trabalho mais recente de Djavan é o álbum ‘Vesúvio’, lançado em 2018.

Por ter construído obra matricial no universo da MPB, já tendo registrado 303 composições em quase 50 anos de carreira, Djavan é influência explícita de compositores como Jorge Vercillo. Mas Djavan é único. É grande compositor dono de obra frequentemente abordada pelas maiores cantoras da MPB. Obra que vem atravessando gerações, tendo chegado até o público do Melim, trio que lançou em junho álbum somente com gravações de músicas de Djavan, ‘Deixa vir do coração’ (2021).

Em defesa dos compositores

A União Brasileira de Compositores, conhecida como UBC, foi fundada em 22 de junho de 1942 como uma união, especializada na administração dos direitos dos compositores musicais, objetivando principalmente a defesa e a distribuição dos rendimentos de direitos autorais, e o desenvolvimento cultural. Fazem parte de seu quadro de associados os compositores, autores, editores musicais, intérpretes, músicos e produtores fonográficos (gravadoras). Fazem também parte da UBC artistas famosos como Milton Nascimento e Gilberto Gil.

Uma de suas principais atividades atualmente é a de representar seus associados junto ao Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais (Ecad), criado em 1973. De acordo com pesquisas da UBC, apenas nove mulheres estão na lista dos cem maiores arrecadadores de direitos autorais na música brasileira. O levantamento mostrou ainda que os rendimentos como intérprete para as mulheres têm importância econômica de 25,1%, enquanto para os homens tem 13,5%, e que ambos os gêneros faturam mais como compositores. A partir de 2019, a UBC começou a publicar rankings sobre as canções que mais são executadas por meio da contagem de streaming no País a partir dos dados exclusivos da Crowley Broadcast Analysis afim de dar mais destaque para os compositores do Brasil e fora. Na mesma data que foi lançado o Top 10 Streaming, a entidade também começou a publicar um ranking com as 10 canções mais tocadas nas rádios brasileiros, também por dados da Crowley Broadcast Analysis. O Top 10 Rádios é basicamente as das 10 primeiras músicas do chart Top 100 Brasil.

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