Principal causa de mortes no Brasil, doenças do coração podem ser evitadas

Dado da OMS aponta que, até 2040, número de óbitos por doenças cardiovasculares crescerá em torno de 250%

Postado em: 06-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dado da OMS aponta que, até 2040, número de óbitos por doenças cardiovasculares crescerá em torno de 250%

No período de 2004 a 2014, foram quase 3,5 milhões de óbitos por doenças cardiovasculares no Brasil, 29% do total das mortes no País. Nesse intervalo de dez anos, a cada 40 segundos uma pessoa faleceu em decorrência de problemas no coração. Só em 2016 foram 350 mil brasileiros vitimados, e para este ano o número previsto passa das 144 mil mortes. Os números da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) assustam, e dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a situação no Brasil pode piorar, pois, segundo a instituição, até 2040 o número de mortos por doenças cardiovasculares no País crescerá em torno de 250%.

Segundo a OMS, muitas dessas vidas poderiam ser salvas, com melhorias no acesso à saúde, sobretudo no que diz respeito ao controle da pressão alta, do colesterol alto e de outras condições que aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Mudanças de hábitos também fazem diferença sob o ponto de vista preventivo. Para a cardiologista Flaviana Carneiro, que trabalha há 14 anos no centro médico do Serviço Social da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Seconci-GO), a falta de prevenção é a principal causa dessas mortes que poderiam ser evitadas. “Atualmente, aqui no meu consultório, as maiores causas, felizmente, são evitadas a tempo, pois nós do Seconci realizamos palestras nas obras orientando os funcionários sobre a importância da prevenção”, afirma a cardiologista.

A especialista lembra que, ao longo da vida, nem todo mundo se preocupa com esse órgão que trabalha incansavelmente, e, quando ele dá sinais de complicações, às vezes, é tarde demais. “A maioria das pessoas que morre por causa do coração é devido a altas taxas de colesterol, pressão alta e aumento dos casos de obesidade, que são fatores de risco clássicos, os quais todos já sabem que representam riscos para doenças cardíacas”, alerta a médica.

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A cardiologista explica que uma breve interrupção no ritmo do coração, de 70 para 80 batimentos por minuto, já é fatal para um ser humano. O contrário também é um perigo – uma frequência cardíaca muito acelerada pode ser letal –, portanto ele deve funcionar de forma equilibrada, e, para isso, é necessário estar atento a esse órgão vital, que tem como função levar a todo o corpo o sangue oxigenado.

Foi depois de uma palestra sobre doenças cardiovasculares, realizada na obra onde trabalha, que o servente de pedreiro da FR Incorporadora João Pinto Monteiro, de 61 anos, começou a olhar com mais zelo para o próprio coração. “Vi que eu tinha muitos daqueles hábitos ruins que falaram na palestra. Então resolvi fazer um check-up no centro médico do Seconci. Acabei descobrindo que estava com arritmia”, conta o servente. João também descobriu, após passar pela consulta e fazer os exames, que estava com o colesterol alto e várias alterações cardíacas.

Agora João admite que cuida bem melhor do seu coração e de seus familiares. Com o susto ao ser diagnosticado com arritmia, resolveu levar toda a família para consultar a fim de que aprendessem a se prevenir. “Eu não tinha o costume de ir ao médico, mas agora eu e minha família estamos atentos. Agora eu vou é cuidar do meu coração!”, brinca João.


Dados

De acordo com o site Saúde Plena, não só no Brasil as doenças cardíacas serão a principal causa de morte nos próximos 25 anos. Espera-se que aumente também na China (210%), na Índia (170%) e nos Estados Unidos (70%), por exemplo. Atualmente, as doenças do coração correspondem ao total de 30% de todas as mortes no mundo: matam mais que o temido câncer, por exemplo, que corresponde a 13% das causas de óbitos gerais.   

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