No Brasil, apenas 7% de deficientes auditivos têm diploma de ensino superior

Campanha chamada ‘Setembro Azul’ tem o objetivo de debater a visibilidade e conscientização para inclusão da comunidade surda

Postado em: 26-09-2021 às 14h10
Por: Maria Paula Borges
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Campanha chamada ‘Setembro Azul’ tem o objetivo de debater a visibilidade e conscientização para inclusão da comunidade surda | Foto: Reprodução

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada dez pessoas ao redor do mundo podem ser afetadas com perda auditiva até 2050. Por isso, é importante um mês dedicado à conscientização sobre a acessibilidade deste grupo. A cor do símbolo vem da Segunda Guerra Mundial, uma vez que os fuzis das pessoas com a deficiência tinham uma fita azul para diferenciá-las.

Na avaliação da especialista em saúde auditiva, Gilvania Barbosa, da clínica Microsom, o setembro azul é o momento de as políticas de inclusão serem debatidas. Para ela, a acessibilidade e a visibilidade ainda são muito limitadas.

A especialista ressalta também as conquistas do grupo, mas que ainda falta muito para ser ideal. “Já temos telejornais, canais no Youtube com libras, mas ainda assim, temos muito o que conquistar para a inclusão dos deficientes auditivos. Atualmente, as empresas, hospitais, postos de saúde, delegacias não tem pessoas preparadas para atender esse público. Por exemplo: como fazer uma ocorrência policial?! Será que tem gente capacitada para se comunicar com a linguagem brasileira de sinais em todos esses locais?! Então, sabemos que há um longo caminho para se percorrer no Brasil”, explica a especialista.

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Além do preconceito, a especialista alerta para a dificuldade enfrentada em estudar. “Segundo o MEC, estima-se que somente 7% dos surdos conseguem concluir o ensino superior, 15% terminam o ensino médio, 46% fazem o ensino fundamental e 32% não tem grau de instrução. Esse dado ainda é muito preocupante, um número muito baixo de surdos escolarizados. Claro, já existem escolas especializadas, mas é um ganho muito gradativo”, ressalta Gilvania.

Para Barbosa, se todos tivessem acesso à Língua Brasileira de Sinais desde a primeira infância, ainda nas escolas, a inserção dos deficientes auditivos na sociedade seria facilitada.

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