Analogia do Goleiro: entenda por que mesmo após a vacina é possível contrair Covid-19
Segundo Natália Pasternak, quando um bom goleiro toma gol ele não deixa de ser um bom goleiro
Por: Maria Paula Borges
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As campanhas de imunização estão avançando cada vez mais e o Brasil atingiu na última quarta-feira (06/10) a marca de 60% da população maior de 18 anos com o ciclo vacinal completo contra o vírus, conforme informações do governo federal. Dessa forma, é clara a eficiência do esquema vacinal quando analisamos a média móvel de casos e óbitos registrados. Segundo dados do governo, desde junho, esta caiu mais de 70% e em setembro o país registrou o menor número de mortes pela doença em 2021.
Entretanto, mesmo com a vacina ainda são registrados óbitos e casos da doença. Para explicar o porquê de mesmo após a imunização ainda existem pessoas contraindo a Covid-19, a Drª Natália Pasternak faz uma analogia didática entre a vacina e o futebol. É importante entender como a vacina funciona e, principalmente, ela não é infalível.
Segundo Natália, uma boa vacina pode ser relacionada a um bom goleiro. “Como sabemos que o goleiro é bom? Vamos olhar o histórico dele. A frequência com a qual ele faz defesas. Se ele defende com frequência, ele é um bom goleiro. Isso não quer dizer que ele é invicto, que ele nunca vai deixar de tomar gol. Mas, mesmo se tomar gol, ele não deixa de ser um bom goleiro”.
Portanto, se por exemplo Manuel Neuer, goleiro do Bayern de Munique e um dos melhores do mundo, não consegue defender e leva gol em um jogo, isso não o torna um goleiro ruim e ineficiente, apenas significa que ele tomou um gol, mas que continua um goleiro excepcional. Caso ele trabalhe em um time que tenha a defesa ruim as chances de ele defender também serão baixas.
Em relação a analogia de Pasternak, a defesa ruim do time significa a falta de uso de máscaras e álcool em gel, além de frequentar aglomerações. “Se houver aglomeração, haverá muito mais vírus circulando; ou seja, mais bolas para o gol, então a probabilidade de ele tomar gol é maior. A mesma coisa acontece com uma vacina (…) A vacina diminui o seu risco de ficar doente, agora se você estiver numa área onde a defesa do time é ruim, onde o vírus está circulando muito, a chance de você ficar doente aumenta. Ou seja, as bolas ao gol. E a vacina é o goleiro”, explicou ela.
Assim como um bom goleiro, as vacinas funcionam, mas não são infalíveis. Além disso, é comprovado que os imunizantes diminuem as chances de uma infecção grave. De acordo com Natália, é crucial que as pessoas entendam a função da vacina. “Elas acham que a vacina é mágica. Ou seja, tomou a vacina, está protegido; não tomou, vai ficar doente. Não é assim que vacinas funcionam. As vacinas reduzem a chance de ficarmos doentes, a chance de precisarmos de hospitalização e a chance de morrermos”.