Não quer se vacinar contra Covid-19? Pare também com fast food e com a cloroquina

A bola da vez dos que não querem se imunizar é reclamar do lucro da indústria farmacêutica e dos “efeitos colaterais”

Postado em: 09-01-2022 às 16h43
Por: Carlos Nathan Sampaio
Imagem Ilustrando a Notícia: Não quer se vacinar contra Covid-19? Pare também com fast food e com a cloroquina
A bola da vez dos que não querem se imunizar é reclamar do lucro da indústria farmacêutica e dos “efeitos colaterais” | Foto: reprodução

Lembro como se fossem ontem, enquanto comia pamonhas com alguns amigos em uma noite de março de 2020, discutimos sobre a gravidade da Covid-19 que acabava de fazer a primeira vítima no Brasil e se espalhava pelo mundo como há muito tempo um vírus não fazia. Já nesse início da pandemia, os que não se preocupavam começaram seus discursos e diziam que em nosso país não haveria tantas mortes, pois éramos diferentes de países como os da Europa, com muitas pessoas velhas, e população concentradas eu seus territórios pequenos. Vocês lembram?

O próprio empresário Junior Durski, dono dos restaurantes da rede Madero, afirmou em um vídeo publicado na sua conta do Instagram neste mesmo mês da minha memória da pamonha, que o país não podia parar “por cinco ou sete mil mortes”. Para ele, na época, o “pior é o que já acontecia no país”. Durski afirmou, ainda, que os danos econômicos seriam maiores do que as mortes que o vírus poderia causar. Hoje, menos de dois anos depois, temos acumulados cerca de 620 mil óbitos, 100 vezes mais do que previu Durski. Mas, claro, tem gente que não acredita neste número.

O fato é que, depois que dezenas de milhares de brasileiros começaram a se infectar e milhares começaram a morrer e estávamos a meses de uma vacina, os cientistas voltaram atrás na orientação de que só pessoas com sintomas deveriam usar máscara e afirmaram que o melhor seria todos usarem. A eficácia se comprovou, afinal são pessoas que estudam a vida toda para isso, e logo o uso de máscara se tornou lei. Mas claro que para aqueles que não acreditavam que haveria tantas mortes pela doença no Brasil, e se quer acreditavam na quantidade de óbitos, a máscara era uma afronta.

Continua após a publicidade

Nestes primeiros meses da primeira onda da pandemia, eu ainda tive o desprazer de ver uma pessoa da família compartilhando um texto que dizia que a obrigação do uso de máscaras era uma forma de controlar a mente das pessoas. Não bastasse essa e outras pérolas, começamos a ver, após uns testes na França, que uma tal de hidroxicloroquina poderia tratar a covid-19, e sem esperar muito mais, o remédio começou a se esgotar rapidamente nas farmácias.

Todo esse surto coletivo também envolve, logo depois, a ivermectina, e foi preciso mudanças para que ambas pudessem ser compradas apenas com receita médica por um tempo. Sim, guarde esta informação: praticamente as mesmas pessoas que refutaram as máscaras indicavam cloroquina – obviamente produzida pela indústria farmacêutica como qualquer outro medicamento – a torto e à direita, sem muitas pesquisas concluídas, para tratar um vírus que ainda estava sendo estudado.

Foi quase um ano de discussões contra e a favor de máscaras, contra e a favor de remédios, um monte de gente morrendo, um monte de gente sequelada, até que, finalmente, de 2020 para 2021, as primeiras vacinas começaram a ser aprovadas e comercializadas. Depois de algumas polêmicas e tretas, o Brasil começou a vacinar o povo em janeiro de 2021, e aí aquele pessoal que não gostava muito de usar máscaras, mas adorava comer uma cloroquina, começou a desdenhar da imunização.

Para os chamados negacionistas, ou anti vacinas da Covid-19, as doses do imunizante ou tinha chips ou não funcionavam e era tudo um plano para controlar o máximo de pessoas possíveis. Para o quê eu não sei, pois eu não tive tempo de estudar essas teorias mirabolantes. Só sei que as mortes começaram a reduzir drasticamente e, para quem acredita na ciência a esperança do fim da pandemia começou a vir, mas para os do contra, era tudo um plano da china, da imprensa e, sei lá, dos reptilianos, e que a redução de mortes era fake, já que as mortes anteriores também eram, então estava tudo muito bem teatralizado.

Acontece que as variantes começaram a surgir e, claro, atrelado ao fato de que a vacina não protege 100% do contágio, mas quase 100% da possibilidade de morrer, isso virou um prato cheio de argumentos para quem não acreditava nos imunizantes. Para eles, tomar várias doses da vacina em períodos mais curtos, coisa que não era muito comum até então, era uma forma de continuar controlando a gente seja lá para o quê, talvez para não questionar se o vestido era azul ou branco.

Mas pra ser breve e encerrar com os fatos mais recentes: a vacina para crianças começou em alguns países de deve começar no Brasil em breve, e claro que o assunto não ficou fora das polêmicas. Novamente, os negacionistas de plantão vieram a público com muitas pedras na mão, dentre elas a de que as vacinas não são seguras, que os profissionais da Anvisa que liberaram o imunizante deveriam ter nomes divulgados e, umas das minhas favoritas, que a indústria farmacêutica – sim, aquela mesma da cloroquina – quer lucrar cada vez mais, por isso quer vacinar todos e com tantas doses.

Dito isso, fica aqui a minha sugestão para esses que não querem fomentar a indústria farmacêutica – e olha que eu sou um forte crítico desse sistema – e outras indústrias que só visam lucro: pare de frequentar a farmácia imediatamente, nunca mais se alimente de qualquer comida que tenha glifosato, nem prontos congelados, nem fast food, nem refrigerantes, não se aproxime de bebidas alcoólicas, por que essa é a droga mais perigosa, porta de entrada para outras, é tudo um plano para destruir a humanidade, não se engane. É verdade esse bilhete.

Veja Também