Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Hospitais cheios e filas enormes devido à Covid-19, de quem é a culpa?

Além da atenção do poder público às unidades hospitalares, também é necessário o respeito da população em relação às medidas de prevenção ao coronavírus para evitar a superlotação de hospitais

Postado em: 16-01-2022 às 17h00
Por: Almeida Mariano
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Além da atenção do poder público às unidades hospitalares, também é necessário o respeito da população em relação às medidas de prevenção ao coronavírus para evitar a superlotação de hospitais | Foto: Reprodução/ UN News

Recentemente circulou pelas redes sociais um vídeo de um profissional da saúde desabafando sobre as reclamações vindas da população em relação aos hospitais. No vídeo em questão o homem traz uma reflexão necessária, “Na hora da balada, você não me chamou”, se referindo a parte da população que já não respeita mais as medidas de prevenção à contaminação do vírus. E que, além deles mesmos, acabam por prejudicar outras pessoas que, mesmo se cuidando, se contaminaram e acabaram também nas unidades hospitalares. 

Deixando claro que o Brasil enfrenta sim problemas sérios com o serviço público de saúde oferecido para a população, e que autoridades do governo deveriam investir mais nessa área, a intenção desse texto é chamar a atenção para outro problema grave que atinge o país nesses tempos de pandemia, a ignorância em parceria com a irresponsabilidade social.

 Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 110.037 novos casos de Covid-19, totalizando 22.925.864 diagnósticos confirmados desde o início da pandemia. E, mesmo com  620.847 óbitos registrados por essa doença, ainda existem indivíduos que insistem em minimizar o vírus e até mesmo realizar o desserviço de disseminar inverdades sobre tratamentos relacionados ao vírus e também, de forma totalmente negacionista, contra-indicar a vacinação, que atualmente é a forma mais eficiente de assegurar a vida da população.

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O cansaço do isolamento social, a saudade das festas e calor humano, e até incômodo causado pelo uso da máscara com certeza é um sentimento comum de todas as pessoas que enfrentam essa pandemia, independente de posicionamento político. Porém, esse fator não anula a realidade de que o vírus ainda está presente e se proliferando de forma nunca vista antes. E isso está cada vez mais escancarado, tendo como prova a rápida contaminação da variante Ômicron que, como um pesadelo sonhado mais de uma vez, levanta a discussão da necessidade da aplicação de lockdown novamente. 

Retomando a ideia central deste texto, motivado pelo desabafo de aparentemente um médico dentro de uma ambulância, o descaso da saúde pública tão gritado em recepções de hospitais, onde cidadãos chegam a agredir médicos e outros profissionais, além de responsabilidade da gestão pública, também é consequência da irresponsabilidade  de parte da população que não respeita as medidas preventivas que, além de evitar a contaminação de um indivíduo, também são feitas pensadas para que não haja uma contaminação em massa, e consequentemente, evitar a superlotação nas unidades de saúde.  

Se o principal problema fossem as filas ou o tempo que uma pessoa tem que esperar, as boates e casas de show não estariam tão cheias. A ideia da retomada desse tipo de atividade tem funcionado em diversos países, porém, diferente da grande maioria dos casos no Brasil, a obrigatoriedade de manter o uso da máscara é respeitada. Em um país que sempre lutou para ser respeitado, muitos brasileiros têm se esquecido de um ditado que é primordial na formação ética de todo cidadão, “respeitar para ser respeitado”. 

Neste momento, não é possível se dar ao luxo de arriscar ser contaminado por um vírus que faz vítimas de todas as faixas etárias e classes sociais. Sendo então imprescindível, e acima de tudo vital, respeitar a ciência.

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