Brasil teve 2,8 bilhões de dados vazados só em 2021; informações pessoais lideram o ranking

Os dados mais 'expostos' são os endereços de e-mail e credenciais (CPF e RG) que, conforme o levantamento, alcançaram 1,13 bilhão e 935 milhões de vazamentos

Postado em: 04-02-2022 às 10h22
Por: Alexandre Paes
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Os dados mais 'expostos' são os endereços de e-mail e credenciais (CPF e RG) que, conforme o levantamento, alcançaram 1,13 bilhão e 935 milhões de vazamentos | Foto: Reprodução

O Relatório de Atividade Criminosa Online no Brasil, divulgado pela Axur na última quinta-feira (3/2), apontou que o Brasil continua no topo do ranking mundial de vazamentos de dados, tendo contabilizado mais de 2,8 bilhões de dados sensíveis expostos em 2021.

Os dados mais ‘expostos’ são os endereços de e-mail e credenciais que, conforme o levantamento, alcançaram 1,13 bilhão e 935 milhões de vazamentos, respectivamente. Na sequência, aparecem os CPFs (699 milhões), CNPJs (40 milhões), passaportes (343 mil) e outros tipos de documentos (7 mil).

De acordo com a empresa especializada em monitoramento e reação a riscos digitais, a exposição é fruto dos “megavazamentos” ocorridos ao longo do ano passado, a partir de diversos ataques cibernéticos. A maioria dessas campanhas (64,3%) aconteceu no quarto trimestre.

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A companhia afirma ter contabilizado 24 megavazamentos de dados no Brasil em 2021, além de milhares microvazamentos. Segundo o CEO da Axur, Fábio Ramos, o resultado mostra que as empresas precisam investir mais em cibersegurança, infraestrutura e TI, passando a monitorar cada vez mais seus canais digitais.

Preferencia dos criminosos

O relatório mostrou ainda que os cartões de crédito e débito continuam muito visados. No ano passado, 720.643 cartões foram expostos, número que representa 33,2% dos vazamentos em todo o mundo, deixando o Brasil na liderança também neste quesito.

Deste total, 95,9% dos cartões vazados estavam dentro do prazo de validade, ou seja, se acompanhados do código de segurança (CVV) poderiam ser utilizados em compras, mesmo sem o consentimento do proprietário. A pesquisa aponta ainda que 58,2% deles acabaram vendidos na dark e na deep web.

Além disso mais de 13 mil aplicativos fraudulentos para smartphones foram identificados pela firma no ano passado, a maioria (97%) disponibilizados fora das lojas oficiais do Android e do iOS. A distribuição ocorre no formato APK e pode trazer uma série de riscos para os dispositivos afetados.

Alerta de segurança

O levantamento mostra que a sequência numérica “123456” continua sendo a senha mais usada no Brasil. Os especialistas afirmam que esse tipo de código pode ser facilmente descoberto em menos de um minuto em ataques cibernéticos, reforçando a necessidade de criar senhas mais fortes para garantir maior níveis de segurança e privacidade dos dados pessoais.

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