Ao menos 10 mil brasileiros serão diagnosticados com leucemia em 2022, aponta Inca
Para conscientizar a população sobre a gravidade da enfermidade, em fevereiro é celebrado o Mês de Combate a Leucemia.
Por: Ícaro Gonçalves

A leucemia afeta anualmente milhares de brasileiros e, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ao menos 10 mil novos casos serão diagnosticados até o fim de 2022, sendo a maioria em homens. Atualmente, a doença ocupa a 9ª posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres.
Para chamar atenção e conscientizar a população sobre a gravidade da enfermidade, em fevereiro é celebrado o Mês de Combate a Leucemia, ou Fevereiro Laranja. “A importância é para alertar a população do diagnóstico precoce da leucemia e da necessidade de doação de medula óssea, que pode salvar uma vida”, salienta a hematologista e hemoterapeuta pelo Inca, Maria Cunha Ribeiro Amorelli.
Maria Amorelli, que atende em um centro clínico do Setor Marista, em Goiânia, explica que a leucemia é um tipo de câncer que afeta as células do sangue. “Ela se origina dentro da fábrica do sangue, na medula óssea, que fica localizada dentro dos ossos, naquela parte que a gente chama de tutano”, destaca. “Existem mais de 12 tipos de leucemia. Têm as agudas, que são as leucemias mais graves, e existem as leucemias crônicas, em que o tratamento é mais lento. Não existe cura para essas leucemias, mas remissão e controle a longo prazo com tratamentos menos agressivos”, completa.
Sintomas
Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula óssea. A diminuição dos glóbulos vermelhos ocasiona anemia, que provoca fadiga, falta de ar, palpitação e dor de cabeça. A redução dos glóbulos brancos provoca baixa da imunidade, deixando o organismo mais sujeito a infecções, muitas vezes graves ou recorrentes. A diminuição das plaquetas ocasiona sangramentos, sendo os mais comuns das gengivas e pelo nariz, e manchas roxas na pele.
Fatores de risco
No entanto, a hematologista alerta para alguns fatores de risco para a enfermidade. “A exposição ao benzeno, o formaldeído, a agrotóxicos e solventes podem provocar a doença; se a pessoa já foi submetida a quimioterapia ou radioterapia; quando existem casos na família; quem nasceu com alguma síndrome genética, como a síndrome de down, pode ter predisposição. Algumas infecções virais também podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de leucemia”, detalha.
Maria Amorelli também desfaz um mal entendido feito por muitos. “Não é qualquer anemia que pode causar leucemia, ao contrário do que a população pensa, apenas quem tem anemia secundária, que é uma doença chamada mielodisplasia”, explica. Os tratamentos também são variados. “Para as leucemias agudas são as quimioterapias mais agressivas, aquelas que aplicamos na veia, que normalmente levam a queda de cabelo e sintomas mais intensos. Já as leucemias crônicas, algumas vezes, são tratadas até com comprimido, com o paciente em casa”.