Difalia: menino de 7 anos nasceu com dois pênis; entenda a condição rara

A condição, chamada difalia é rara, e está associada com alterações na formação do rim, do pênis ou de ânus imperfurado

Postado em: 15-03-2022 às 10h16
Por: Alexandre Paes
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A condição, chamada difalia é rara, e está associada com alterações na formação do rim, do pênis ou de ânus imperfurado | Foto: Reprodução/Internet

Um menino do Uzbequistão nasceu com dois pênis e com ânus imperfurado. Recentemente, a criança que hoje tem 7 anos, passou por cirurgia para remover um dos órgãos genitais e construção de seu aparelho excretor. O caso foi publicado no periódico Science Direct e, segundo a equipe, a duplicação de pênis atinge 1 a cada 5 ou 6 milhões de pessoas.

“A condição, chamada difalia, é rara e está associada a outras questões congênitas”, explica o urologista pediátrico Ubirajara Barroso Júnior, especialista em reconstrução genital e diretor da Escola Superior de Urologia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia). Desde o século 17, foram pouco mais de 100 relatos, observaram os cientistas. De maneira geral, os casos estão associados a alterações na formação do rim ou de ânus imperfurado, caso relatado no Uzbequistão.

“O pênis é formado por três cilindros, dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso, dentro desse está a uretra. A difalia corresponde à presença de dois órgãos genitais, que podem ser duplicados completamente [verdadeira], com os três cilindros intactos, ou falo bífido, em que os dois pênis são incompletos, cada um com o seu corpo cavernoso e um corpo esponjoso com a uretra”, explica Barroso Júnior.

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No estudo, os médicos indicam que o caso do menino é uma difalia verdadeira, ou seja, ambos os pênis com estruturas integrais. Na correção desta condição, as duas uretras se convertem em uma só, semelhante ao formato de y invertido ligado à bexiga. Isso permite que as funções de ambos sejam preservadas, com dois órgãos funcionando normalmente, por exemplo, usando dois jatos ao urinar.

A cirurgia de correção

O menino foi encaminhado para uma clínica especializada, onde foi submetido a um delicado procedimento de retirada do falo esquerdo. Apesar de sua condição representar um “grande desafio cirúrgico”, ele se recuperou completamente em poucas semanas.

Durante a operação, o pênis esquerdo e a uretra do paciente foram removidos e o jato de urina da criança teve que ser redirecionado apenas para o lado direito. Um cateter foi colocado por 21 dias, enquanto o menino se recuperava no hospital. Mais de dois meses depois do procedimento, ele já usa o banheiro normalmente.

Em alguns casos, a identificação de difalia pode acontecer ainda na gravidez. Mas em casos não diagnosticados, ela é facilmente notada assim que a criança nasce.

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