Escola de Iporá dá exemplo de inclusão ao proporcionar brincadeiras com crianças especiais

Todos nós abraçamos a inclusão e fazemos o melhor para que os nossos alunos se sintam acolhidos. A definição de inclusão para a nossa escola é amor, afirma coordenadora do AEE

Postado em: 18-03-2022 às 16h12
Por: Rodrigo Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Escola de Iporá dá exemplo de inclusão ao proporcionar brincadeiras com crianças especiais
"Todos nós abraçamos a inclusão e fazemos o melhor para que os nossos alunos se sintam acolhidos. A definição de inclusão para a nossa escola é amor", afirma coordenadora do AEE | Foto: Arquivo pessoal da Prof. Sinthia Rodrigues

Aline Américo, mãe do Heitor Felipe, está “imensamente feliz”, com o trabalho de inclusão feito na escola onde o filho estuda. Segundo ela, sempre que chegam em casa, Heitor conta com muita alegria tudo o que aconteceu no dia. É que lá na Escola Municipal Jorcelino Alves Barbosa na cidade de Iporá, região Oeste de Goiás, é realizado um trabalho de inclusão onde as crianças especiais fazem tudo junto com as outras crianças.

Professora de apoio, Kelly de Sousa, junto com Heitor Felipe durante o recreio

Heitor Felipe e seu irmão gêmeo Arthur Henrique, de 5 anos, nasceram com Paralisia Cerebral. Arthur tem mais dificuldade de ficar junto com as outras crianças, mas o Heitor se diverte durante as gincanas.

As professoras Sinthia Rodrigues e Kelly de Sousa seguem firmes no apoio, incluindo Heitor em todas as atividades. Sinthia reconhece o reforço de Heitor Felipe e afirma que ele é bem participativo nas aulas, adora ir no quadro responder as atividades e está em todas as brincadeiras em sala e fora de sala.

Continua após a publicidade

Para a professora, a inclusão “É de suma importância, pois ela possibilita que as crianças vivenciam e aprendam com as diversidades, respeitando-as, que tenham trocas de experiências”.

Importância

A coordenadora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) dessa escola, Ana Cristina, conta que o amor, o carinho e a dedicação vêm primeiro do que a deficiência.

“Todos nós abraçamos a inclusão e fazemos o melhor para que os nossos alunos se sintam acolhidos. A definição de inclusão para a nossa escola é amor. Aqui temos o cuidado de flexibilizar o currículo de acordo com a especificidade do aluno para que aconteça a equidade e assim facilitar o processo de ensino e aprendizagem do mesmo.” disse Ana Cristina.

Ana Cristina explica que o AEE tem como objetivo identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras de acesso ao conhecimento dos estudantes com deficiência e Necessidades Educacionais Especializado.

Atendimento

O trabalho de inclusão para alunos especiais foi desenvolvido a cerca de 16 anos, segundo o diretor da Escola Municipal Jorcelino Alves Barbosa, Alex Alessandro da Silva. No ato da matrícula já é feito uma investigação com a família para saber se existem traços de dificuldade de aprendizado que mereçam uma atenção especial.

Mesmo após a matrícula, os alunos são observados pelas professoras, e caso haja uma dificuldade, eles serão encaminhados há uma sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE). Caso seja constado indícios dessa necessidade, ela passa para secretaria que possui uma equipe multifuncional, com pedagoga e psicóloga.

Depois que esse aluno é atendido, é proposto para as famílias que busque atendimento com um neurologista para que ele ateste o laudo, constatando que aquele estudante tem deficiência ou uma necessidade especial.

“A inclusão é a ‘menina dos olhos’ da nossa escola. Nós temos um cuidado de incluir esse aluno para sala de aula, para as brincadeiras na hora do recreio, nas aulas de educação física. Com isso, percebemos que a escola tem dado um salto.” “Essas crianças, a partir do momento que elas se sentem inclusas, ela se desenvolve melhor, fica mais feliz. Aqui na nossa escola ela é tratada de forma igual”, afirma o diretor.

“Muito amor”

Vinicius Nunes de 9 anos, durante atividades

Tatiane Cristina Nunes é mãe do Vinícius Nunes de 9 anos. Ele tem uma síndrome genética rara que se chama Hipomelanose de Ito. Ele tem atraso no desenvolvimento cognitivo, dificuldade em aprendizagem até um pouco de dificuldade em fala. Para Tatiane, o trabalho de inclusão na escola é importante para o desenvolvimento do filho, pois é feito com “muito amor”.

“Ele [Vinícius] é muito bem assistido, e tudo que é feito em sala de aula e fora dela também. Eles trabalham uma estratégia para que ele participe, o incluído em tudo como todas as crianças. As tarefinhas dele são sempre adaptadas a ele, porém, sempre estão no mesmo assunto em que toda a sala. As brincadeiras, jogos ele faz parte de tudo e sempre é tudo pensado em como ele será incluído em tal brincadeira de forma que ele participe de tudo e não perca nada.”

Crianças que incluem

Diante de tantas crianças, Heitor Felipe fazia questão de contar para mãe de uma aluna que o ajudava nas atividades. É a Cecilia Carvalho, de 5 anos. A mãe dela, a Patrícia Carvalho, realça que a filha era uma companheira fiel, queria sempre proteger Heitor, brincar e estar do lado dele.

Os dois não estudam juntos esse ano, porque Heitor teve que trocar de turno, mas a mãe da Cecília fez questão de enviar um vídeo para ele de Cecília dizendo estar com saudade. “Ele tem um olhar cativante demais. É uma criança linda”, declara Patrícia.

A inclusão acontece quando somos capazes de lutar contra as barreiras que existem, sejam elas arquitetônicas, comunicacionais, e principalmente atitudinais, segundo a professora Mayara Barroso, que participa desse trabalho.

“A minha atitude, faz a inclusão acontecer, seja na escola, no supermercado, na igreja, nas ruas. Parafraseando São Paulo, ainda que eu tivesse todas as teorias da inclusão. Se eu não tiver amor, de nada adiantará.” concluiu Mayara.

Veja Também