Nutricionista alerta para cuidados que devem ser tomados em casos de dietas veganas e vegetarianas

Segundo Daniella de Brito, é imprescindível que haja acompanhamento profissional

Postado em: 19-03-2022 às 09h34
Por: Maria Paula Borges
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Segundo Daniella de Brito, é imprescindível que haja acompanhamento profissional | Foto: reprodução

O Dia Mundial Sem Carne é comemorado neste domingo (20/3) e é parte de uma ação para incentivar as pessoas a consumirem menos da proteína. A data começou como um movimento de uma Organização Não Governamental (ONG) nos Estados Unidos e teve adesão de milhões de pessoas ao redor do mundo. Entretanto, além do Dia Mundial Sem Carne, muitas pessoas têm deixado de consumir carne voluntariamente.

Segundo uma pesquisa da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), em parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), cerca de 46% dos brasileiros deixam de comer carne pelo menos uma vez por semana, de forma voluntária. Ainda foi observado que um terço dos brasileiros buscam opções veganas nos cardápios.

Cerca de 30 milhões de brasileiros se declaram veganos, ou seja, são adeptos a dieta e uso geral de produtos isentos de componentes de origem animal. O número corresponde a quase 14% da população total do país.

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De acordo com Daniella de Brito, nutricionista e professora de nutrição da Estácio, a mudança de hábitos para uma dieta vegana ou vegetariana não oferece risco à saúde. Entretanto, a nutricionista alerta que é necessário o acompanhamento de um profissional de nutrição habilitado para manter uma dieta balanceada. Se não estiver com uma dieta balanceada em proteínas, zinco, ferro e vitamina B12, principalmente, pode acarretar um quadro de anemia e baixa proteína, deixando o sistema imunológico também mais frágil”, argumenta.

Daniella alerta também que é necessário se atentar a esses aspectos, principalmente para a vitamina B12. Segundo ela, “a B12 existe em baixíssimas quantidades nos vegetais, podendo causar anemia e oferecer riscos à saúde. Neste caso específico, é preciso fazer suplementação por cápsulas, principalmente para as crianças ou mulheres grávidas, cuja necessidade de B12 é ainda maior do que a dos adultos”.

Na falta de carne, para a suplementação do organismo, a nutricionista explica que outros alimentos podem ser utilizados. “Temos alimentos ricos em proteína de origem vegetal, como castanhas, semente de abóbora, girassol, linhaça, quinoa, amaranto, cogumelos, algas e leguminosas, como o feijão. Além dos vegetais que auxiliam na reposição de vitaminas e minerais, como os vegetais verdes escuros e sua associação com frutas ricas em vitamina C, para auxiliar a melhor absorção do ferro”.

Mesmo com benefícios, Daniella chama atenção sobre os cuidados que devem ser tomados em casos de não consumo de carne. “Algumas pessoas que têm gastrite, úlcera, problemas digestivos, doenças intestinais, se beneficiam em cortar a carne, entretanto, não devemos generalizar já que o indivíduo é um ser único. O ideal é nunca abusar de um tipo de alimento, então variar com outras fontes de proteína é o mais indicado”.

Para quem deseja começar uma dieta vegana ou vegetariana, Daniella orienta que a pessoa se organize na dieta e que não deixe de procurar um profissional. “Se programe para consumir mais leguminosas, verduras, castanhas e sementes em uma rotina. Inicie o uso também de cogumelos. E não deixe de procurar um profissional nutricionista para acompanhar esse planejamento e realizar exames bioquímicos para avaliar se está tudo bem”, afirma.

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