Exército comprou R$ 3,5 milhões em próteses penianas, apuram parlamentares goianos
“O povo brasileiro sofre para conseguir medicamentos nas unidades de saúde e um grupo é atendido com próteses caríssimas, de R$ 50 mil a R$ 60 mil a unidade”, declarou Vaz.
O deputado federal, Elias Vaz (PSB-GO) e o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), afirmaram que vão acionar investigação ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF) sobre o gasto do Exército que comprou 60 próteses penianas infláveis no valor de R$ 3,5 milhões.
Dados do Portal da Transparência e o Painel de Preços do governo federal apontam que foram feitos três pregões eletrônicos no ano passado para comprar os produtos, cujo comprimento varia entre 10 e 25 centímetros. O produto é indicado para casos de disfunção erétil.
“O questionamento que fazemos é: por que o governo [do presidente Jair] Bolsonaro está gastando dinheiro público para pagar essas próteses? O povo brasileiro sofre para conseguir medicamentos nas unidades de saúde e um grupo é atendido com próteses caríssimas, de R$ 50 mil a R$ 60 mil a unidade”, declarou Vaz.
Compras
O primeiro pregão teve a compra de 10 próteses no valor de R$ 50.149.72 cada, para o Hospital Militar de Área de São Paulo. O fornecedor foi a empresa Boston Scientific do Brasil LTDA e foi autorizada no dia 2 de março de 2021
No segundo, houve aquisição de 20 próteses com custo de R$ 57.647,65 cada, para o Hospital Militar de Área de Campo Grande (MS). A empresa fornecedora foi a Quality Comercial de Produtos Médicos Hospitalares LTDA, no dia 21 de maio de 2021.
O terceiro pregão acumulou a compra de 30 próteses. cada uma orçada em R$ 60.716,57, para o Hospital Militar de Área de São Paulo no dia 8 de outubro de 2021. A empresa Lotus Medical Distribuidora e Comércio de Produtos Médicos Eireli foi encarregada de fornecer as unidades.
Viagra
Elias Vaz já havia identificado e pedido explicações ao Ministério da Defesa sobre a compra de 35 mil comprimidos de Viagra para atender as Forças Armadas, na segunda-feira (11/4). O governo fez oito pregões entre 2020 e 2021 para comprar o remédio, também usado para tratar disfunção erétil. Outras compras foram feitas, em valores bem menores, para custear remédios para calvície.
A Marinha respondeu que os processos de aquisição são para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar, “doença grave e progressiva que pode levar à morte”. O Exército também apresentou a mesma justificativa, dizendo que os hospitais da corporação, que atende os militares e seus dependentes, devem ter o medicamento para tratar a condição.
O MPF foi acionado para investigar indícios de superfaturamento na compra do Viagra com índice de a 143%, de acordo com levantamento feito por Vaz e por Marcelo Freixo (PSB-RJ).