MPF pede que WhatsApp adie para 2023 o lançamento da ferramenta “Comunidades” no Brasil

A Procuradoria da República de São Paulo encaminhou um ofício ao WhatsApp manifestando preocupação em relação ao novo recurso do aplicativo e questionando sobre a possibilidade de adiamento do lançamento da ferramenta.

Postado em: 19-04-2022 às 13h28
Por: Jennifer Neves
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A ferramenta "Comunidades", do WhatsApp, pode ter seu lançamento no Brasil adiado para 2023 | Foto: Divulgação

A Procuradoria da República de São Paulo, unidade do Ministério Público Federal (MPF) no Estado, encaminhou um ofício ao WhatsApp manifestando sua preocupação em relação ao novo recurso do aplicativo, denominado de “Comunidades”, e questionando sobre a possibilidade de adiamento do lançamento da ferramenta no Brasil para 2023.

Na visão do órgão, a disponibilização da ferramenta ainda em 2022, principalmente antes das eleições, pode acabar facilitando na propagação da desinformação na plataforma, o que representaria “um real retrocesso do movimento de contenção de comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação”.

A fim de justificar o pedido, a Procuradoria da República de São Paulo lembrou do caso da invasão ao Capitólio, em janeiro de 2021, nos Estados Unidos, quando apoiadores do ex-presidente Donald Trump invadiram a sede do Congresso do país, com a intenção de evitar a ratificação da vitória de Joe Biden. Com uma grande confusão, o episódio deixou cinco mortos e centenas de feridos.

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Ainda de acordo com a Procuradoria, a nova função, que faz com que aumentem as possibilidades de um conteúdo viralizar, prejudica as medidas adotadas pelo próprio WhatsApp contra a desinformação na plataforma, que o aplicativo “vinha promovendo de forma eficiente nos últimos anos”, como cita o documento.

O que são as “Comunidades”?

Na última quinta-feira (14), a Meta, empresa responsável pelo WhatsApp, anunciou que lançará uma nova ferramenta para o aplicativo. Chamado de “Comunidades”, o mecanismo permite que administradores de grupos possam criar outros grupos e subgrupos ainda maiores do que com os 256 membros que o app permite atualmente.

A função é muito parecida com os “Canais”, do Telegram, concorrente do WhatsApp. Usado bastante para a disseminação de fake news, o aplicativo russo também é uma das preocupações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições. Recentemente, o app anunciou algumas medidas para conter as notícias falsas na plataforma, como mecanismos para verificar a veracidade das informações.

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