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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Vida imita a arte

Conheça o caso da autora de ‘Como matar seu marido’ que foi acusada pelo assassinato do esposo

A romancista, Nancy Brophy, escritora da saga intitulada “O errado nunca foi tão certo” que inclui “O marido errado” e “O amante errado”, é acusada de atirar em Daniel Brophy com uma arma cujo cano, agora desaparecido, comprou no eBay. Na última quarta-feira (18/5), Nancy, de 71 anos, depôs em sua própria defesa no Tribunal de Circuito do Condado de Multnomah.

Postado em 24 de maio de 2022 por Ana Bárbara Quêtto

A romancista Nancy Brophy, escritora da saga de livros intitulada ‘O errado nunca foi tão certo’ – O marido errado; O amante errado -, está sendo acusada de atirar em seu esposo, Daniel Brophy com uma arma cujo cano teria comprado no eBay. Na última quarta-feira (18/5), Nancy, de 71 anos, depôs em sua própria defesa no Tribunal de Circuito do Condado de Multnomah. A ironia da história é que Nancy já escreveu um texto intitulado “How To Murder Your Husband” (Como matar seu marido).

Sra. Brophy contou a história de um casamento feliz e os planos que faziam de se aposentarem em breve e viajar o mundo. Ao falar da relação no dia a dia, ela disse que o casal se dava muito bem e que os dois nunca tiveram conflitos sérios ou duvidaram de seu compromisso um com o outro.

Na manhã ensolarada do segundo dia de junho, de 2018, estudantes do Oregon Culinary Institute (Instituto de Culinária de Oregon) encontraram o corpo de Daniel, que era instrutor, no chão da cozinha dos fundos. Ele foi brutalmente assassinado e foi baleado duas vezes. Sra. Brouphy foi informada da morte no final da manhã e logo em seguida chegou ao local.

“Ficamos tristes por ela”, disse o detetive Anthony Merrill, do Departamento de Polícia de Portland. Os policiais levaram a escritora para casa, onde ela confessou ter uma arma de fogo guardada no armário. Ela disse ter adquirido o armamento depois do tiroteio na escola em Parkland, na Flórida, que a deixou insegura.

Os detetives que ficaram no instituto de culinária começaram a procurar por câmeras de segurança, sem êxito, já que não haviam câmeras de segurança no lugar. Mas, uma pizzaria próxima tinha. Eles logo checaram os vídeos, procurando algo útil para a investigação. Ao retroceder a gravação, os detevives encontraram uma pista, um antiga van, que parecia ser a mesma de Nancy, havia passado em frente ao local do crime.

O mesmo carro apareceu em outros vídeos de diversas câmeras do bairro. Segundo os promotores do caso, a pessoa dirigindo a van era claramente a mulher. Em certo clipe, o automóvel é visto parado  ao lado do instituto de culinária por volta das 7h08, e novamente cerca de 20 minutos depois, a janela de tempo em que os investigadores acreditam que Brophy foi morto.

Em seu testemunho, a romancista diz que não recorda ter ido lá durante a madrugada. Ela disse que poderia estar indo a uma cafeteria da região, que costumava ir quase todo dia, enquanto fazia anotações para sua nova história. Porém, não tinha certeza.

Os promotores descobriram que, além da arma que Nancy mostrou no dia do assassinato, há um kit de “arma fantasma” – uma conjunto de peças para montar uma arma de fogo, não registrada. Pelo site Ebay, também descobriram que ela havia comprado um cano feito para modificar arma. De acordo com advogados, a mulher poderia ter trocado o cano de sua arma para cometer o assassinato para que os investigadores não pudessem vincular as marcas únicas nas balas ao seu outro armamento.

Ainda durante o testemunho, Sra. Brophy afirmou que comprou a coleção como forma de pesquisa para seu novo texto sobre uma mulher que vivia em um relacionamento abusivo. Brophy conta que ficou fascinada pelo mecanismo da armas e que queria saber, para o livro, como alguém conseguiria adquiri-las.  “Foi para escrever”, disse ela. “Não era para, como você gostaria, assassinar meu marido.”

Antes do ocorrido, o casal passava por dificuldades financeiras, a escritora lutava para pagar a hipoteca de sua casa, mas tinha várias apólices de seguro de vida que valeriam um total de US$ 1,4 milhão no caso da morte de seu marido. Quatro dias após o homicídio, Nancy conversou com um investigador particular e perguntou se ele não forneceria uma carta dizendo que ela não era suspeita.

Segundo um áudio mostrado no julgamento, a mulher teria confessado que sua companhia de seguros estava obrigando que ela fornecesse uma verificação para uma reivindicação de seguro de vida de 40.000 dólares.

“Eles não querem pagar se descobrir que eu secretamente fui à escola e atirei no meu marido porque pensei: ‘Ei, envelhecer sem Dan depois de 25 anos é realmente o que estou procurando’. ” disse a gravação.

Três meses depois ela foi acusada como culpada pelo assassinato de Daniel.

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