Pego no pulo? Gusttavo Lima é investigado após contratação de show por R$800 mil, em Roraima

Segundo cálculos feitos pelo órgão, é como se fosse pagar R$ 100 reais por ingresso vindo de crianças e adultos que habitam em São Luís.

Postado em: 27-05-2022 às 14h28
Por: Victória Vieira
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Segundo cálculos feitos pelo órgão, é como se fosse pagar R$ 100 reais por ingresso vindo de crianças e adultos que habitam em São Luís | Foto: Reprodução/ Twitter

Nesta semana, Gusttavo Lima esteve diante de uma grande polêmica. O cantor foi contratado com um cachê de R$ 800 mil para tocar em festa da cidade de Roraima, lugar em que há 8 mil habitantes. O show faz parte da 24ª edição da vaquejada de São Luiz, previsto para acontecer em dezembro. De acordo com o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, as contas não batem pois a cidade possui apenas 8232 habitantes e é considerado o segundo menor Produto Interno Bruto (PIB) de todo o estado.

O Ministério Público de Roraima iniciou uma investigação sobre a contratação do cantor, segundo cálculos feitos pelo órgão, é como se fosse pagar R$ 100 reais por ingresso vindo de crianças e adultos que habitam em São Luís. Com isso, o MP espera descobrir de onde os saíram os recursos para fazer a contratação do show.

A partir da repercussão, outros cachês do cantor também foram expostos. A prefeitura de Magé (RJ), contratou ele para cantar em comemoração ao aniversário da cidade. O cachê foi de 1 milhão, isso equivale a um valor ultrapassado de gastos relacionados a festas e eventos. Em nota, a assessoria de Gusttavo Lima manifestou sobre a repercussão. Confira:

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“O valor do cachê do artista é fixado obedecendo critérios internos, baseados no cenário nacional, tais como: logística (transporte aéreo, transporte rodoviário, etc.), tipo do evento (show privado ou público), bem como os custos e despesas operacionais da empresa para realização do show artístico, dentre outros fatores.

Não pactuamos com ilegalidades cometidas por representantes do poder público, seja em qualquer esfera.

Toda contratação do artista por entes públicos federados, são pautados na legalidade, ou seja, de acordo com o que determina a lei de licitações.

Com relação a verba para realização de “show artístico”, cabe ao ente público federado agir com responsabilidade na sua aplicação. Não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas para saber qual a dotação orçamentária que o chefe do executivo está utilizando para custear a contratação.

A fiscalização das contas públicas é realizada pelos órgãos: TCU (Tribunal de Contas da União ou TCE (Tribunal de Contas do Estado), de acordo com suas competências, seja a nível Federal, Estadual ou Municipal.

Portanto, qualquer ilegalidade cometida pelos entes públicos, seja na contratação de show artísticos ou qualquer outra forma de contração com o setor privado, deverá ser fiscalizada pelo Tribunal de Contas e se apurada qualquer ilegalidade, deverá ser encaminhada para a Justiça competente para julgar o ilícito eventualmente cometido.”

Porém, não foi só o artista que foi exposto por cachês duvidosos. O movimento da CPI do sertanejo começou após Zé Neto, da dupla Zé Neto e Cristiano, em um show no interior do Mato Grosso do Sul, ter feito ofensas à Anitta, criticando ainda a Lei Rouanet. “Estamos aqui em Sorriso, no Mato Grosso, um dos Estados que sustentaram o Brasil durante pandemia. Nós somos artistas e não dependemos de Lei Rouanet, nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no “toba” para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta e o Brasil inteiro canta com a gente”, disse o sertanejo.

Após o vídeo viralizar na internet, o jornalista Demétrio Vecchioli, veio em seu Twitter ressaltar a ironia dos cantores criticarem a lei, mas receberem um valor abusivo muito acima do que é oferecido pela Rouanet, sendo de 400 mil reais para a realização do concerto em Sorriso. Em média, eles já receberam aproximadamente R$ 3 milhões.

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